OHospital Metropolitano Dom José Maria Pires, unidade do Governo da Paraíba gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), na cidade de Santa Rita, registrou, nessa quinta-feira (14) o sexto transplante cardíaco de 2025. A paciente beneficiada foi dona Maria do Livramento Leal, 59 anos, moradora de Campina Grande. Após duas tentativas, finalmente chegou o momento de receber um novo coração e uma nova chance de viver.
Desde os 29 anos, quando diagnosticada com a doença de Chagas, que a paciente tinha uma vida bastante limitada. “Eu tinha dificuldade para tudo. Qualquer esforço me cansava, eu ficava tonta e com falta de ar. Depois que troquei o marca-passo por um CDI [Cardiodesfibrilador Implantável], melhorei um pouco, mas sabia que precisava do transplante para voltar a ter uma vida normal”, contou.
A possibilidade da paciente voltar a ter uma vida normal só foi possível graças ao sim da família doadora do jovem de 18 anos, que devido a um acidente de moto teve um hematoma extradural traumático, e após seguir rigorosos protocolos teve a morte encefálica confirmada. Além do coração, foram doados também os rins, fígado e as córneas.
A coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do Metropolitano, Patrícia Monteiro, reforçou que a família doadora teve um gesto grandioso em meio à dor que é transformar a perda em esperança para outras vidas.
“Essa atitude nos inspira e reforça a importância da doação de órgãos como um ato de amor ao próximo. O Metropolitano tem um compromisso em promover ações de incentivo à doação de órgãos e a parceria com a Central de Transplantes tem feito com que o número de doações tenha aumentado consideravelmente”, comentou.
De acordo com Maria do Livramento o caminho até o transplante foi longo. Indicada por médicos do Recife (PE), ela iniciou o acompanhamento no Metropolitano há cerca de quatro meses. Duas vezes chegou a ser chamada para o procedimento, mas por incompatibilidade não pôde realizá-lo. Agora, na terceira tentativa, a fé e a esperança falaram mais alto. “Tudo é no tempo de Deus. Quero poder passear, cuidar da minha casa e da minha família. Agradeço a todos os médicos, à minha família e, principalmente, à família doadora, pelo gesto tão bonito”, disse emocionada.
A filha, Jéssica Dayana, acompanhou de perto cada etapa dessa jornada. “Esse processo é muito tenso, mas sempre fomos bem acolhidos por toda a equipe do Hospital Metropolitano. Hoje é um misto de alegria, esperança e um pouco de medo, mas com a certeza de que Deus está no comando. A família doadora, mesmo na dor, nos deu um presente que não tem preço. O coração do ente querido deles vai bater no peito da minha mãe”, declarou.
Conforme a cardiologista Roberta Barreto, o Hospital Metropolitano reafirma seu compromisso de oferecer tratamento de excelência e humanizado aos pacientes que aguardam por um novo coração. “A doença de Chagas, que ainda é bastante comum no nosso meio, tem como consequência a insuficiência cardíaca grave e esperamos que a nossa paciente possa retomar a vida que há muito tempo foi interrompida, e que seu novo coração a leve para viver todos os sonhos que ela guardou”, ressaltou a médica.
O procedimento aconteceu na noite dessa quinta-feira (14) e de acordo com o cirurgião cardiovascular Maurílio Onofre teve a duração de cerca de quatro horas. A paciente segue estável e em recuperação na UTI pós-cirúrgica.
SECOM-PB