quarta-feira, 22 de outubro de 2025
Futebol 22, outubro, 2025

IMPERATRIZ. Bia Zaneratto está de volta à Seleção em amistosos

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Poucas atletas do futebol feminino do Brasil possuem tanta identificação com a seleção nacional quanto a atacante Bia Zaneratto. Com a Amarelinha disputou os Mundiais sub-17 em 2008 e 2010, sub-20 em 2012, os Jogos Olímpicos de 2016 e 2020 e nada menos do que quatro Copas do Mundo pela equipe principal, em 2011, 2015, 2019 e 2023.

Bicampeã da Copa América em 2018 e 2022, diversos títulos numa carreira repleta de conquistas, tendo passado por grandes equipes e campeonatos em terras distantes como Coreia e China, Bia marcou presença em todos os clubes com sua raça, chute potente, faro de gol e muita determinação. Características também que a fizeram superar o drama das lesões que a privaram de uma Olimpíada e uma Copa América representando o país.

Hoje, de volta à seleção, ela ainda esbanja o sorriso de uma iniciante que estava ansiosa pelo nome na lista de convocação: “sempre tem aquela ansiedade de ter o nome ali de novo. Não é que eu não esperava, mas ao mesmo tempo não criei tanta expectativa, mas quando eu vi fiquei muito feliz, com certeza”

O retorno também recoloca Bia no patamar dos grandes nomes da história da seleção, uma espécie de reconhecimento por tantos capítulos escritos com a Amarelinha: “A gente tem a dimensão, mas às vezes esquece um pouquinho disso. Voltar pra cá, ter o carinho de todo mundo, ter novamente essa oportunidade, isso faz a gente resgatar tudo que já viveu aqui e tentar fazer melhor agora, com mais uma oportunidade. É difícil ter perdido as oportunidades por causa de lesões que eu sofri, e agora poder voltar é somente aproveitar o que vem pela frente, olhar sempre pra frente e deixar pra trás o que passou.”

Com 124 jogos e 43 gols pela equipe brasileira, Bia exalta a mescla entre jogadoras veteranas e experientes com as jovens revelações do futebol brasileiro: “é muito importante pra gente somar lá na frente numa grande competição que é a Copa do Mundo, em 2027. Esse ciclo até lá vai ser de preparação, de oportunidades e quem estiver melhor, independentemente de idade, de mais tempo de casa ou não, as que estiverem melhor preparadas vão ter a oportunidade de mais uma vez vestir a camisa da seleção numa Copa do Mundo.”

Bia Zaneratto ressalta a respeitabilidade que a seleção adquiriu nos últimos tempos e atribui ao estilo de jogo adotado por Arthur Elias: “é um time muito agressivo, sempre jogando com linhas altas, pressão muito forte, o que dificulta para os adversários, além das vitórias contra grandes equipes”.

Sobre a Copa do Mundo de 2027, que será disputada no Brasil, a experiente atacante espera que o torneio ajude a movimentar ainda mais o futebol feminino no país: “Eu vivi a experiência das Olimpíadas no Brasil em 2016 e foi algo surreal pra minha carreira, pra minha vida, ver todos os estádios lotados para acompanhar o futebol feminino. Hoje, nos Estados Unidos, é uma realidade, você vê os estádios lotados. No Brasil ainda estamos construindo isso. Espero que em 2027 a gente possa ter aquele mesmo cenário das Olimpíadas, mas somente para ver o futebol feminino numa Copa do Mundo.”

Vencer a Copa do Mundo, sobretudo por ser no Brasil, alimenta o sonho de todas as jogadoras:

“É claro que a gente sonha muito com esse título mundial e sendo no Brasil não tem como ser mais especial. É trabalhar muito pra chegar até lá, da melhor forma possível e conquistar esse título tão esperado por todos”.

Fonte – CBF

Foto – Lívia Villas Boas/CBF