Em convenção do Patriota, nesta segunda-feira (31), o senador Flávio Bolsonaro confirmou que “o presidente Jair Bolsonaro e a família têm novo partido para 2022”. O anúncio foi feito pelo filho 01, que discursou já como filiado ao partido. Ele foi chamado de “líder do Patriota no Senado” e será, por enquanto, o único senador integrante da sigla.
A legenda foi escolhida após a tentativa frustrada de viabilizar o Aliança pelo Brasil, partido idealizado por Bolsonaro para disputar a reeleição em 2022. O presidente da república está sem partido desde novembro de 2019, quando deixou o PSL. Para quem não lembra o Patriota é o antigo Partido Ecológico Nacional (PEN). O número da sigla nas urnas é 51. Na Paraíba, é comandado pelo deputado estadual Wallber Virgulino.
Em seu discurso na manhã de hoje, Flávio falou em “construirmos juntos o maior partido do Brasil após as eleições de 2022”. “A gente tem tudo para isso. Basta apenas deixar as nossas pequenas vaidades de lado, buscar um encaminhamento, buscar uma solução para tudo, aprovar este estatuto que está sendo colocado em votação agora.”
O partido também aprovou o novo estatuto, que abre caminho para a candidatura própria ao Planalto no ano que vem, o que gerou uma dissidência. Uma ala do Patriota recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral para frear as articulações referentes à entrada de Bolsonaro. O grupo, ligado ao vice-presidente da sigla, Ovasco Resende, acusa o presidente Adilson Barroso de alterar o estatuto partidário e destituir diretórios regionais para abrigar aliados de Bolsonaro.
Ainda de acordo com a petição protocolada no TSE o grupo acusa Adilson Barroso de substituir ao menos quatro delegados e de criar outros três para conseguir maioria para aprovação da filiação do presidente Bolsonaro. Pelo estatuto do Patriota, candidatura majoritária à presidência precisa ser aprovada por toda a executiva do partido.
Flávio confirmou que o pai se filiará e, diante do racha na legenda antecipado, afirmou que os integrantes do Patriota deveriam estar “celebrando, e não mais preocupados em ocupar espaço”. O senador lembrou que, antes de o pai se filiar ao PSL, o partido tinha somente um deputado federal.“E fizemos bancada com 52 deputados [em 2018]. Não tenho dúvida de que a gente pode construir um partido maior ainda que o PSL”, acrescentou o senador.
Em 2017, Bolsonaro chegou a assinar a ficha de filiação ao Patriota, mas acabou entrando no PSL, partido pelo qual foi eleito presidente da República em 218. Bolsonaro teve como interlocutor nas negociações, além de Flávio, o ex-ministro do TSE e um de seus advogados Admar Gonzaga.
Adilson Barroso, principal entusiasta da filiação do presidente da República, disse mais cedo, na convenção, estar pronto “para rebater qualquer coisa que vier contra nós” e negou que esteja fazendo “negociata”. Antes, Ovasco Resende, vice-presidente da legenda, acusou Adilson Barroso de “articulações individualistas” para abrigar o presidente da República. O vice, contrário à filiação da família Bolsonaro, afirmou que “não mediremos esforços para defender o nosso partido”.
Fonte: Blog Sony Lacerda