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Geral 14, fevereiro, 2021

Cecaf se consolida como espaço de economia colaborativa e gastronomia

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Laranja japonesa, ervas medicinais, pimentas raras, doces caseiros, bolos, pães integrais e sem lactose, molhos sem conservantes. Esses são só alguns dos produtos possíveis de encontrar na Central de Comercialização da Agricultura Familiar (Cecaf), no José Américo. O local é administrado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), reúne 100 agricultores familiares e ficou conhecido pelas feiras que acontecem às quintas e sábados, mas também é referência na gastronomia e tem se mostrado um bom exemplo de práticas relacionadas à economia colaborativa, onde agricultores e microempreendedores incentivam suas produções de maneira mútua.

Com bancas de frutas e verduras, lanchonetes, peixaria, artesanato, plantas, queijos, iogurtes e os mais diversos temperos, na Cecaf é possível encontrar também produtos orgânicos, comercializados a preços acessíveis. O local é espaço de fomento não só para os agricultores, mas tem auxiliado microempreendedores individuais, vinculados a cooperativas, a impulsionarem o seu negócio, mesmo em um cenário econômico delicado. Como é o caso de Polena Peixoto, que atua no local desde janeiro de 2020, acabou sendo surpreendida pela pandemia, mas encontrou na Cecaf a chance de potencializar a venda de seus pães. “A gente trabalhava com produtos sem lactose, mas com a retomada das atividades presenciais, começamos com os pães integrais, todos eles produzidos com matérias-primas dos agricultores daqui, além de molhos para acompanhamento, todos sem conservantes”, explicou a comerciante.

Dona Lucélia Soares, natural de Araçagi, também aderiu à opção de privilegiar os agricultores da Cecaf na aquisição de matéria-prima. Ela produz bolos com massa de raízes (macaxeira e batata-doce) e há três anos comercializa no local. “Acho importante a gente comprar aos produtores que comercializam aqui, todo mundo se ajuda e o resultado é bom para todos. Eu mesma preparo os bolos, os chips de macaxeira e temos um diferencial, que é o bolo de batata-doce, feito com farinha de arroz e sem açúcar, que é o mais procurado pelos clientes”, ressaltou.

Pratos locais – As comidas regionais também ganham destaque no local. Geovania Vicente é natural de Pitimbu e vem de lá nos dias de feira para vender tapioca e beiju, com a massa de mandioca extraída pelo seu filho na casa de farinha que tem em seu sítio, na zona rural da cidade. “Cedinho a gente chega e o mais procurado é o beiju seco, também chamado de “beijo do índio”, aprendi a fazer com a minha mãe, que também nasceu e se criou na casa de farinha e hoje é o meu sustento”, destacou.

Alimentos especiais – Há cinco anos Eunice Garcia começou a pesquisar sobre pimentas e iniciou o cultivo no seu sítio, na cidade de Pedro Régis, há 93km da capital. “Meu marido me ajuda no cultivo e trabalhamos só com pimentas raras, como a carolina, trindade scorpions, a vanero e temos um público fiel que procura os nossos produtos. Temos os molhos, as pimentas in natura e ainda cultivamos também a laranja japonesa, que é pequena e se come com casca e tudo”, destacou.

Melhorias – A meta da Sedurb é ampliar o funcionamento da Cecaf e melhorar o espaço ainda mais, para os agricultores, comerciantes e também consumidores. Algumas mudanças já foram feitas, como o ordenamento das barracas na parte da feira, que foi reorganizado para garantir uma melhor circulação. “Vamos fazer com que a Cecaf se torne de fato uma grande Central, uma referência no quesito agricultura familiar. Só no mês de janeiro comercializamos 46 toneladas de alimentos e queremos potencializar isso ainda mais. Já estamos também despertando o viés social, além da doação voluntária por parte dos agricultores para o Hospital Napoleão Laureano, estamos colocando outras instituições, como o Voluntários por Amor e pretendemos estender projetos como esse”, destacou Natália Bezerra, coordenadora da Cecaf.

Localização – A Cecaf está localizada na Avenida Hilton Souto Maior, 1112, no José Américo. As feiras funcionam atualmente às quintas e sábados, das 04h às 12h.

Fonte: SECOM/JP

Foto: SECOM/JP