Encerrou-se neste sábado, 29, o II Festival Literário Internacional da Paraíba, realizado ao longo de três dias de intensa atividade, em que a permuta de impressões sobre língua, ancestralidade e democracia dominou a pauta, em universo que compreende a língua portuguesa em toda a sua dimensão geográfica mundial.
Aberto pelo próprio governador João Azevedo (citado aqui pelo envolvimento pessoal e direto na concepção do evento, desde a primeira edição), o Fliparaíba promoveu debates, shows e apresentações culturais indígenas, ciganas e quilombolas, envolvendo também crianças no Espaço Curumim.
O evento contou com representação de alto nível da República Portuguesa, na pessoa do advogado e romancista Alberto Santos, secretário de Estado da Cultura daquele país europeu. Ao lado do secretário de Cultura da Paraíba, Pedro Santos, do curador do evento, José Manoel Diogo, que também é escritor, e da jornalista Naná Garcez, presidente da Empresa Paraibana de Comunicação, Alberto Santos esteve presente a diversas atividades do festival, no amplo e monumental Centro Cultural São Francisco.
Participei da mesa Territórios Literários em Trânsito, mediada pelo escritor e jornalista Hélder Moura, contando ainda com Thélio Farias (assim como Hélder, membro da Academia Paraibana de Letras) e de Ernesto Mané, outro paraibano, ele físico, diplomata e escritor com trânsito internacional. Na pauta do debate, a literatura nômade, de trânsito, onde também se inscreve o memorialismo.
O festival, na minha visão, fortaleceu sobretudo o conceito de cidadania da língua portuguesa, entendida como a aceitação de que a língua é a soma de suas influências históricas, culturais e geográficas, alicerçadas nas vivências dos povos que a utilizam e que se traduzem em regionalismos, gírias, sotaques, expressões e ditados populares. Os neologismos, nos quais o Brasil é riquíssimo, encarregam-se de tornar a língua cada vez mais viva.
Que existam novas versões do Festival Literário Internacional da Paraíba, nos próximos anos, pois faz um bem danado ao entendimento das relações históricas da lusofonia.
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