A década de 1960 foi particularmente significativa para a cidade de Campina Grande, do ponto de vista de sua economia e de sua importância com relação à Paraíba e ao Nordeste.
Entre os acontecimentos daquela década, merece destaque a instalação de uma unidade fabril da indústria de fogões Wallig, em agosto de 1967, que se transformou num dos principais símbolos de desenvolvimento da cidade.
A Wallig carregava o sobrenome do fundador da empresa, o imigrante alemão Pedro Wallig, ocorrida no início dos anos 1900, no Rio Grande do Sul, originalmente para a construção de camas de ferro. No início da década de 1920, a Wallig assumiu o seu perfil mais conhecido na história industrial do Brasil, que foi a fabricação de fogões, tendo sido pioneira na modalidade a gás.
Aproveitando incentivos da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, a Sudene, criada pelo economista paraibano Celso Furtado, a Wallig se instalou na Paraíba, em agosto de 1967, durante o governo João Agripino.
Segundo descreve matéria de A União, da época, a fábrica em Campina abrangia 23.000 metros quadrados, resultado de um investimento de 8 milhões e quinhentos mil cruzeiros novos.
Na largada, o empreendimento criaria emprego para 600 trabalhadores, com benefícios sociais às suas famílias, um conjunto de novidades que encheram de otimismo os campinenses e o estado.
O complexo físico era outro motivo de orgulho para a cidade, projetado pelo escritório gaúcho Sérgio e Pellegrini Cia. Ltda. e construído entre 1965 e 1967 pela Construtora Edson de Souza do Ó. Entre 1967 e boa parte da década de 1970, a Wallig foi um dos emblemas mais glorificados pelos campinenses, que até já contavam com emissora de televisão, implantada pelo megaempresário paraibano, Assis Chateaubriand.
O futuro da Wallig, porém, terminou interrompido pelo ambiente macroeconômico do país, do fim dos anos 1970, quando fechou suas portas e desempregou centenas de trabalhadores.
Durante os anos 1980 o assunto virou temas de campanhas políticas quando os candidatos se revezaram em promessas de reabertura da indústria, o que não mais aconteceu.