segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Atrito na CBF

5, setembro, 2025

Leio, em matéria de Carlos Petrocilo na Folha de São Paulo, de 4/9, que houve um sério atrito entre o presidente da entidade, Samir Xaud, com o vice-presidente Fernando Sarney (filho de José Sarney), porque Xaud demitiu Eurico Pacífico, o preferido da família Sarney para comandar a Federação Maranhense de Futebol.

Antes que o leitor (a) apressado (a) objete que “a vice-presidente” da entidade é a paraibana Michelle Ramalho, explico: há vários vices-presidentes na CBF. Daí não caber esse artigo definido (a) quando a imprensa local se refere a Michelle. Ela não é “a vice-presidente”; é vice-presidente.

O atual presidente entrou em choque com o vice Fernando Sarney, porque dispensou dirigente citado, aliado de Sarney, da gerência de beach soccer da entidade.

Virtual candidato à presidência da Federação Maranhense de Futebol (FMF), é apoiado pela família Sarney, que, como todos sabemos, tem uma influência muito grande em todos os segmentos daquele estado.

Ainda segundo a matéria da Folha, Pacífico e Sarney, já se reuniram com o governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB) para tratar do assunto. 

Destaque-se que Pacifico já havia sido demitido por Ednaldo Rodrigues, por justa causa, em maio deste ano. A justificativa do então presidente foi que Pacífico se ausentava, frequentemente, do trabalho.

O responsável pela área de beach soccer foi reconduzido ao cargo por Sarney, que, em maio, assumiu, interinamente, a presidência. Quando Xaud foi eleito, decidiu pela demissão do protegido de Fernando.

Em nota, a CPF informa que o desligamento de Eurico se deu “dentro de um processo de restruturação de quadros”, após a nova gestão da entidade haver tomado posse.

Pacífico negou à Folha que seja candidato à FMF e diz que saiu da CBF por razões pessoais, mas mantém boas relações com a diretoria.

Acerca de Fernando Sarney, o ex-funcionário o define como um “dirigente da CBF que atua há muitos anos no esporte e conhece o futebol brasileiro como poucos”.

De tudo isso, uma lição: é perniciosa essa influência da política no futebol brasileiro.