quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Avenida Almeida Barreto

22, outubro, 2024

Chama-se Avenida Marechal Almeida Barreto, em João Pessoa, a via entre a Praça Venâncio Neiva (a do Pavilhão do Chá) e a Avenida Tabajaras, à altura da Praça Castro Pinto. Portanto, já bem próximo da Avenida João Machado. A rua hoje é majoritariamente dedicada ao comércio. As principais referências atualmente são o prédio da antiga Academia de Comércio, um anexo do Tribunal de Justiça da Paraíba (onde já existiu a Rádio Tabajara) e o Mercado Central de João Pessoa.

Desde a década de 1920 que o nome da rua é o mesmo, sendo possivelmente resultado de crescimento paulatino da cidade, à medida que se estruturavam as Trincheiras, a Palmeiras e a João Machado. Entre as décadas de 1920 e parte de 1930, na Almeida Barreto funcionaram padaria, pequenas fábricas, mercearia, barbearia e uma delegacia de polícia. Lá residiu, por algum tempo, o ex-diretor de A União, Carlos Dias Fernandes, advogado, poeta e escritor, e a professora Dona Adélia de França. Há quem lembre, ainda, de um certo bar Asa Branca, da rota boêmia pessoense.

Mas quem foi Almeida Barreto? José de Almeida Barreto é um dos casos não muito comuns, na estrutura hierarquizada das Forças Armadas, de alguém que chegou soldado raso e atingiu o posto de marechal, o que aconteceu entre a Monarquia e a República. Segundo verbete da Fundação Getúlio Vargas, ele nasceu em Parahyba (atual João Pessoa), em 22 de junho de 1827, e faleceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, em 3 de maio de 1905.

Participou ativamente da Guerra do Paraguai, tendo comandado um destacamento na Batalha de Tuiuti. Antes disso, esteve na Batalha de Estero Belacco (uma das mais sangrentas da guerra). Em função da atuação no conflito com o Paraguai, recebeu o grau de Cavaleiro de São Bento de Aviz, outorgado por Pedro II. Chegou a Senador da República, pela Paraíba, e ministro do Supremo Tribunal Militar. Nos primeiros anos do Século XX, presidiu a Associação dos Veteranos da Guerra do Paraguai, no Rio de Janeiro. O ilustre paraibano também nomeia rua na ex-capital federal.

Foto da antiga Academia de Comércio. À direita, a Trincheiras. À esquerda, a Almeida Barreto.