A atualmente denominada avenida Guedes Pereira nunca perdeu sua importância ao longo da história da cidade de João Pessoa. Quando foi aberta, passou a servir como uma das ligações entre as partes baixa e alta da cidade, em rota com a Barão do Triunfo (antiga Rua do Carro). Já se chamou Rua do Fogo e Ladeira do Rosário, essa última denominação em virtude da antiga igreja da Irmandade do Rosário dos Pretos demolida em meio à construção da Praça Vidal de Negreiros (Ponto de Cem Reis).
Durante as décadas de 1950, 1960 e 1970 teve o apelido de ‘descida para o comércio’, que compreendia o quadrilátero formado pela própria Guedes Pereira, a Beaurepaire Rohan, a República e a General Osório. Hoje tem como marcos extremos, a leste, os edifícios Régis e do ex-Ipase; e a oeste, o prédio antigo dos Correios e Telégrafos e a Praça Pedro Américo, compondo um intenso corredor de escoamento do trânsito pessoense formado pela Padre Azevedo (a partir do Terminal de Integração) até o Parque Solon de Lucena, tendo o Ponto de Cem Reis e a Padre Meira nos trechos finais.
Guedes Pereira refere-se ao sobrenome de um atuante prefeito da capital paraibana, e médico consagrado, de prenome Walfredo, que governou a cidade entre os anos de 1920 e 1924, e, mais uma vez, entre janeiro e setembro de 1935. Em ambas as ocasiões, nomeado pelo governador da época. O primeiro período administrativo coincidiu com o governo do bananeirense Solon de Lucena, conterrâneo do prefeito, e com o governo federal sendo exercido pelo paraibano de Umbuzeiro, Epitácio Pessoa (presidente da República entre 1919 e 1922).
Mas também com um momento econômico importante para a história da Paraíba, e de sua capital, representado pelo boom do algodão e da continuidade da produção de açúcar. Dessa forma, ele pôde executar obras importantes para a cidade, a exemplo da Praça da Independência, do Parque Solon de Lucena e do Parque Arruda Câmara (a tradicional Bica). Walfredo Guedes Pereira acabou sendo responsável pela primeira grande expansão urbana da então cidade da Parahyba, no século XX.