Quem curte a singularidade gastronômica que é o cachorro-quente de João Pessoa precisa saber onde tudo começou. Dimensão popular foi mesmo na tradicional Festa das Neves, centenariamente realizada na Avenida General Osório (a rua da Catedral), mais exatamente no Cachorro-Quente da Nêga. Contudo, para ser mais preciso, o preparo, com pãozinho de massa fina, salsicha e carne moída especialmente temperada, já era conhecida na Praia do Poço, onde a própria Dona Nega mantinha frequentadíssimo, embora muito simples, restaurante.
Naquela praia da cidade de Cabedelo, onde a referida chef reinava desde os anos de 1950, o seu restaurante compunha um trio gastronômico disputadíssimo, especializado em frutos do mar, junto com o Badionaldo ou Bar de Onaldo (de Onaldo e Esmeraldina-a Dona Dedê) e o de Lucena (de Lucena e Dona Oneide). O caranguejo, sem os riquitrifes todos de hoje, era outra das especialidades famosas dessas casas de pasto tão tradicionais.
Assim como no Poço, onde ela tinha as tais companhias de Onaldo e Esmeraldina, e de Lucena e Oneida, no campo das especialidades marinhas, na Festa das Neves, a partir da década de 1960, Tibúrcio e Zé (Jurandir e o Mundial Lanches já ofereciam o cachorro-quente em Jaguaribe, enquanto Madruga fazia o mesmo no Ponto Chic do Ponto de Cem Reis) lhe vieram fazer companhia na oferta do cachorro-quente.
Nesse momento, a iguaria pessoense já havia assumido status de elemento fundamental da Festa das Neves (outro dia, o médico e escritor José Mário Espínola, em crônica no Blog do Rubão, lembrou também da castanha confeitada e do algodão japonês, outras marcas registradas da nossa mais famosa celebração anual). Leia mais: https://paraondeir.blog/cachorro-quente-da-nega/