Antes de mais nada, é importante dizer que alguns dos melhores craques brasileiros tentaram ganhar o ouro olímpico no futebol e não conseguiram: Romário, Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho – só pra citar quatro que já foram eleitos o melhor do mundo.
Então, esse segundo ouro consecutivo do Brasil (2016 e 2020), é algo para se festejar, muito mais do que uma Copa América que deixamos de levantar, semanas atrás. Vale dez vezes mais.
Brasil x Espanha, a final dos sonhos, foi um jogo dramático. Houve momentos em que dominamos e outros em que fomos dominados. Tivemos a infelicidade de ver Richarlison perder um pênalti no primeiro tempo. Aliás, o artilheiro olímpico não estava num dia inspirado, mas termina o torneio como um dos nossos heróis.
O que pouca gente sabe é que a Espanha não chegou por acaso à final olímpica. O técnico Luis de la Fuente ganhou dois títulos nas divisões de base: a Eurocopa Sub-19 em 2015 e da Eurocopa Sub-21 em 2019. E, dos 22 jogadores convocados por ele para Tóquio, nove foram campeões com ele. Ou seja, é uma trajetória planejada, que, do elenco atual, contou com Unai Simon, Mikel Oyarzabal, Dani Olmo, Jesús Vallejo, Marco Asensio, Mikel Merino, Dani Ceballos, Carlos Soler e Rafa Mir. Vários deles, inclusive, disputaram a Eurocopa pela seleção principal.
O Brasil, que não tem tanto tempo para planejamento, em 2017, fracassou no Sul-Americano Sub-20 do Equador e não se classificou para o Mundial da categoria. Três convocados por André Jardine para os Jogos de Tóquio estavam naquele grupo: o lateral-esquerdo Guilherme Arana, o volante Douglas Luiz e o atacante Richarlison
Mas é preciso ressaltar que enfrentamos a má vontade dos clubes, que não liberaram algumas peças que poderiam tornar o nosso time bem mais competitivo. Nomes como Vinicius Jr, Militão, Gabriel Jesus, Pedro, Rodrygo, Gérson, Renan Lodi o David Neres.
Mas o ouro é nosso. E isso é o que importa.
