Quando em 11 de outubro de 1864 a Assembleia Provincial da Parahyba do Norte aprovou a Lei n.º 127 e elevou Campina Grande à categoria de cidade, o referido núcleo urbano já tinha muita história e muita fama.
Importa saber que a conquista do interior da Paraíba não aconteceu a partir da capital Parahyba, mas por empreendimentos de ocupação originados na então Capitania da Bahia de Todos os Santos, em território à beira do rio São Francisco. Nesse sentido, teve especial importância na formação das cidades sertanejas paraibanas a família Oliveira Ledo, ali estabelecida.
Um deles, Teodósio, no finalzinho do Século XVII, instalou os indios Arius, a ele obedientes, a um povoamento que efetivamente deu origem a Campina Grande, que, no decorrer do Século XVIII, foi se tornando importante entreposto comercial.
Nessa pisada, o núcleo urbano seminal aparece como distrito por provisão de 1769 e torna-se vila em 1788, com instalação em 1790, sob o nome Vila Nova da Rainha, em homenagem à rainha Dona Maria I, de Portugal, falecida em 1816, no Rio de Janeiro.
Ao receber o foro de cidade, a sede retoma formalmente a denominação Campina Grande, registrada nas fontes desde o período colonial. Essa sequência está compilada na coleção “Formação Administrativa” do IBGE.
Os efeitos foram práticos. Com o título de cidade, Campina Grande reforçou funções de sede municipal, ampliou capacidades de arrecadação e atraiu repartições e investimentos públicos ao longo da segunda metade do século XIX.
Estudos sobre a rede urbana mostram como a posição geográfica e os fluxos comerciais consolidaram a centralidade regional antes e depois da ferrovia, o que ajuda a explicar a pertinência da elevação naquele momento.
A memória local mantém a data como marco de identidade. Assim, o 11 de outubro virou data cívica na cidade, ligando o ato de 1864 ao longo processo de formação urbana iniciado no período colonial. (Na imagem, Campina Grande década de 1950, em foto do IBGE)