O assunto de hoje relembra uma das figuras intelectuais mais fulgurantes do início do Século XX, na Paraíba, se destacando no jornalismo, na literatura, no ensino e na advocacia.
Estou falando de Carlos Dias Fernandes, um mamanguapense nascido em 20 de setembro de 1874, que se tornou numa das vozes mais atentas da cultura letrada paraibana na Primeira República.
Em sua intensa atividade, publicou dezenas de livros e centenas de artigos. Defendeu ideias avançadas para o seu tempo, como o vegetarianismo, a proteção aos animais e a emancipação feminina.
Já muito viajado e ilustre, chegou à capital paraibana em 1912, pelas mãos do conterrâneo de Mamanguape, João Pereira de Castro Pinto, então governador do estado. Veio com a missão de dirigir o jornal A União.
Sob sua liderança, A União editou e lançou obras de grande alcance. Entre elas, “A Paraíba e seus problemas”, de José Américo de Almeida, marco do pensamento social nordestino.
Como autor, circulou por vários gêneros. Escreveu o romance “A Renegada” e publicou, em folhetim, “Os Cangaceiros”, texto que registra paisagens e tipos do sertão.