sexta-feira, 26 de abril de 2024

Casa do Estudante não é só abrigo, mas promotora de educação na Paraíba

11, agosto, 2021

O sonho de ter uma oportunidade na Capital vem se tornando realidade há anos para muitos estudantes do interior da Paraíba. Uma história que se mistura com a própria história da educação na Paraíba. No Dia do Estudante, celebrado em 11 de agosto, nada melhor do que escrever sobre o livro “A Casa do Estudante da Paraíba: (1963-1980): uma instituição promotora de educação informal”.

O livro é de autoria do professor e historiador Francisco Chaves e sai pela Editora Appris. O lançamento virtural, através de uma live (por conta da pandemia), aconteceu no último dia 06, mas ainda há muito pano pras mangas e histórias pra contar.

“Não tivemos o debate presencial por conta da situação de pandemia em que vivemos, mas as revelações e o conteúdo do livro ainda podem suscitar vários debates, inclusive sobre o papel da Casa do Estudante, que não é apenas de receber alunos do interior para dormir ou se abrigar na Capital, mas de ser uma verdadeira extensão educacional para esses jovens”, disse Francisco Chaves.

Assim, no período pesquisado por Chaves, revela-se que muitos jovens interioranos que passaram pela Casa do Estudante da Paraíba adquiriam ali a base para se transformarem em homens de influência política no Estado. Caso de Wilson Braga, por exemplo, que teve suas primeiras experiências políticas ainda na Casa do Estudante.

O prédio localizado na Rua da Areia, 567 – Centro Histórico de João Pessoa, recebe estudantes de todas as mesorregiões do estado, “especialmente pelos jovens do sertão que se dispusera a deixar suas famílias à procura de melhores condições de vida na capital/João Pessoa, por meio dos estudos. Em 2017, a Casa completou 80 anos de sua criação, que ocorreu no governo Argemiro de Figueiredo, em 1937”, revela o professor e historiador Francisco Chagas.

Historiador Francisco Chagas

Francisco Chagas, que é natural de Santana dos Garrotes, na Paraíba, e já se abrigou na Casa do Estudante, defendeu em dezembro de 2017 sua tese de doutorado abordando as experiências de aprendizagem na Casa, aliadas à pesquisa no recorte que vai de 1963 a 1980. Ele cita alguns tópicos que se destacam nessa pesquisa e que fazem do seu livro um verdadeiro tesouro para quem trabalha com a educação na Paraíba.

“É uma história narrada do interior para o litoral, invertendo o modelo dominante (do litoral para o interior); as experiências educacionais, culturais e cotidianas vivenciadas em suas cidades no interior; a chegada na capital, deparando-se com o desconhecido que assusta e atrai simultaneamente; a adoção de novas posturas dentro da Casa, adequando-se com as práticas controladoras da instituição e, por fim, como se ensina e aprende naquele espaço de convivências, conflitos, conciliações e relações de moradia”, concluiu. 

Fotos: Divulgação

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