quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Casa onde morou Dom José Maria Pires

26, maio, 2024

Conhecida como Casa Paroquial, sem muita certeza sobre essa destinação de origem (embora pertença à Arquidiocese), a casa da foto fica localizada em terreno vizinho ao conjunto São Francisco, no alto da Ladeira São Francisco. Nela chegaram a morar alguns padres, e ainda, segundo lembra a arquiteta e poeta Piedade Farias, as freiras Carmelitas Descalças, freiras de clausura, no início da década de 1990, enquanto estava sendo construído o convento do Conde.

O prédio é um exemplo significativo de arquitetura simples, mas charmosa, característica das casas tradicionais brasileiras integrando influências arquitetônicas europeias com as adaptações locais brasileiras. Seu morador mais ilustre, por algum tempo, foi o ainda hoje pranteado arcebispo da Paraíba, Dom José Maria Pires, figura importante na história religiosa e social do país, conhecido por sua atuação em defesa dos direitos humanos e pela promoção da justiça social. Dom José serviu como arcebispo de João Pessoa de 1966 a 1995.

Antes disso, Dom José foi pároco de Açucena-MG (1943-1946); diretor do Colégio Ibituruna em Governador Valadares-MG (1946-1953); missionário diocesano (1953-1955); e pároco de Curvelo-MG (1956-1957). Atuou como Bispo em Araçuaí-MG (1957-1965), de onde veio para ser Arcebispo da Paraíba (1966-1995). Foi também membro da Comissão Central da CNBB e Presidente da Comissão Episcopal Regional-NE2.Ele é lembrado por seu compromisso com a comunidade e por suas contribuições significativas para a igreja e a sociedade.

Dom José, destacou-se por sua atuação durante a Ditadura Militar, período em que desenvolveu um trabalho fundamentado na combinação da atividade religiosa com a defesa dos direitos humanos, visando mudanças sociais. Prestou apoio nos conflitos agrários na Paraíba, defendendo camponeses contra perseguições. Além disso, combateu a discriminação e o racismo, incentivando a organização e a luta dos afro-brasileiros. Dom José faleceu em 27 de agosto de 2017, em Belo Horizonte, sendo sepultado na Catedral Basílica de João Pessoa. A Casa Paroquial é preservada não só por sua arquitetura, mas também por seu valor histórico e cultural.