quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Conjunto Arquitetônico da Igreja de São Vicente de Paulo

15, junho, 2024

No início da rua Odon Bezerra (número 53) há uma igreja, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (Iphaep), desde 2004, consagrada a São Vicente de Paulo. Dedicado à caridade, o santo viveu na França entre os séculos XVI e XVII, onde fundou diversas instituições para auxiliar os mais necessitados, como hospitais, orfanatos e casas para idosos, dando origem à comunidade religiosa leiga dos Vicentinos, de alcance internacional, com forte presença na história pessoense.

Na justificativa utilizada pelo órgão, o tombamento se deu por reconhecimento do “significativo valor histórico e cultural de sua preservação, para a compreensão da composição arquitetônica dos referidos imóveis”. O plural fica por conta de outro prédio, contíguo ao da Igreja, também dos vicentinos, ligados um ao outro pelo oitão respectivo, que fica na rua Joaquim Nabuco, 159, a conhecida entrada para o Róger, tombado conjuntamente sob a denominação geral de Conjunto Arquitetônico da Igreja de São Vicente de Paulo. (Há quem diga que o prédio do meio, onde funciona até hoje a Padaria Flor das Neves, além de outros vizinhos, para um lado e para o outro, já pertenceram aos vicentinos.

De qualquer forma, naquele sítio todo há realmente muitos próprios da Igreja Católica, a exemplo do conjunto carmelita e do franciscano, muitos desses terrenos doados a congregações católicas ainda no final do Século XVI, nos atos inaugurais da cidade de Filipéia de Nossa Senhora das Neves). Embora dê sinais de fechada, a igreja da rua Odon Bezerra é o endereço oficial do Conselho Metropolitano de Joao Pessoa da Sociedade de São Vicente de Paulo.

O imóvel da Joaquim Nabuco, contudo, está ocupado e bem preservado. Nele funciona uma ONG, com cursos que, segundo o site oficial da organização, visam “proporcionar uma experiência educacional e cultural integrada, voltada para a superação de todas as nuances de desigualdade social”. Ainda conforme o ato de tombamento do conjunto arquitetônico, “o referido imóvel abriga um complexo de detalhes arquitetônicos considerados como importantes da época de sua construção, sobretudo para o reconhecimento dos recursos técnicos e artísticos utilizados para os adornos das fachadas”. A Igreja tem tudo para compor nossos roteiros turísticos, certamente. Mas sobretudo de educação patrimonial, de que tanto necessitamos, a ser acoplada aos currículos de nossas escolas.

(Na foto de cima, a fachada da Igreja de São Vicente de Paulo, na Odon Bezerra. Na outra, a do prédio da Joaquim Nabuco)