quarta-feira, 8 de maio de 2024

Cultura perde Adriano Fidelis, que fazia o espetáculo acontecer sem aparecer sob os holofotes

3, janeiro, 2022

O ano começa, infelizmente, com uma notícia triste para a cultura da Paraíba. O artista Adriano Fidelis, responsável pela montagem de palcos, contra-regragem, aquele cara que era considerado o “faz-tudo” para o espetáculo acontecer, faleceu neste domingo, 2 de janeiro, em João Pessoa.

Adriano foi vítima de atropelamento na Av. Nossa Senhora dos Navegantes, em Tambaú, no sábado, dia 1º de janeiro, quando um carro bateu na sua moto. Segundo relatos de amigos da vítima, o carro teria vindo em alta velocidade e batido na traseira da moto. Adriano caiu e bateu a cabeça no chão. Ele chegou a ser socorrido para Hospital de Trauma, mas não resistiu e morreu.

O velório acontece a partir da tarde desta segunda-feira, 3, na Central de Velórios São João Batista, e o sepultamento será no Cemitério Senhor da Boa Sentença nesta terça-feira, 4.

A família prestou queixa através de Boletim Online e espera as apurações da Polícia sobre o caso. O que se sabe até agora é que o motorista vinha em alta velocidade e não prestou socorro à vítima. Adriano estava catando papel para reciclagem no momento em que teve sua moto atingida pelo veículo. Ele foi socorrido por moradores de um prédio em Tambaú, já que o motorista do carro não parou, sequer, para prestar socorro.

Toda a classe artística paraibana, sobretudo da Capital, João Pessoa, está chocada com a notícia. Adriano era muito querido entre atores, diretores e técnicos das artes cênicas pessoense.

Adriano Fidelis era aquela pessoa que estava sempre disponível, seja para bater um prego e pendurar um quadro; seja para montar um palco inteiro. Nos tempos da Paixão de Cristo (O Auto de Deus), encenado em palcos montados na frente do Teatro Senta Roza, lembro de Adriano correndo de um lado para o outro a fim de colocar tudo em ordem a tempo de espetáculo acontecer. Um trabalho silencioso, mas que garantia aos artistas e ao público um espetáculo lindo e feito com muito suor e carinho.

Não foi só no Teatro Santa Roza que sua presença foi marcante. Em todo o Centro Histórico de João Pessoa, passando pelo Hotel Globo, Largo da Igreja São Frei Pedro Gonçalves, Igreja de São Francisco, Casa da Pólvora e casarões da Praça Anthenor Navarro, tudo quanto foi de evento teve a mão de Adriano. Seu trabalho sempre foi preciso e necessário

Adriano tinah 46 anos e trabahava para a Funjope – Fundação Cultural de João Pessoa – há mais de 20 anos.

Aqui fica a nossa homenagem esse verdadeiro artista, que não aparecia sob os holofotes, mas suava a camisa para fazer a cena acontecer. Nossos sentimentos à família e amigos!