17 de agosto de 1951. A cidade de Conceição, no Vale do Piancó, Sertão da Paraíba, não se dava conta, mas estava nascendo naquele dia aquela que seria a voz do Nordeste para o mundo. Elba Maria Nunes Ramalho chegava ao mundo para mostrar através do teatro e da música que o Nordeste é muito mais do que a imagem da seca associada à região.
Elba não fez isso sozinha, é claro. Sua energia e inquietação de artista a levaram a encontrar Marinês, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Ednardo, Zé Ramalho, Amelinha, Cátia de França, Fagner, Gilberto Gil, Chico César…e tantos outros que, assim como ela, ecoam para o mundo um Nordeste promissor.
Um Nordeste que leva ao mundo o que há de melhor nas artes. Um Nordeste que grita aos quatro cantos através da música que somos mais do que poeira, seca e cercas de arame farpado. E olhe que estou falando só de música, sem entrar no mérito de outras artes, como literatura, teatro, cinema, fotografias, artes visuais e televisão.
Como uma Ave de Prata (titulo do seu primeiro LongPlay, de 1979), Elba Ramalho ganhou vôo rápido. Depois do disco de estreia vieram “Capim do Vale”, “Elba”, “Alegria”, “Coração Brasileiro”, “Do Jeito Que A Gente Gosta” e uma infinidade de participações especiais, outros LP´s, CD´s e DVS´s.
Há 40 anos na estrada da música, ganhou notoriedade na MPB em palcos brasileiros e internacionais. Sua presença cênica, seu encanto no palco, sua voz rascante inicialmente, lhe renderam comparações engraçadas (não pejorativas), como “Madonna do Agreste” e “Tina Turner do Sertão” , mas Elba por si só basta. Como eu costumo dizer: “Elba é Elba” e isso basta.
17 de agosto de 2021. Elba faz 70!
Viva!!! Uma pequena lembrança para aquela que embalou muitos shows e carnavais da minha geração!
