À margem esquerda do rio Paraíba, em frente à Ilha da Restinga, há um aprazível local, de forte apelo turístico, chamado Forte Velho, dentro dos limites do município de Santa Rita (distrito de Livramento). Conhecido por sua gastronomia, o lugar, acessível pela BR-101 e pelo rio, tem importante referência histórica.
Ali, foi erguido o primeiro forte destinado a defender a Capitania da Paraíba, bem próximo, no tempo, de ter início a edificação da Cidade Real de Nossa Senhora das Neves, a atual João Pessoa. Falo do Forte de São Felipe e São Tiago, de breve existência, construído a mando de espanhóis e portugueses, em 1584. Lembrando que, naquela época, a da conquista da Paraíba, Portugal estava sob domínio espanhol, na famosa União Ibérica, por conta da morte do rei português, Dom Sebastião, sem mulher e sem filhos, em guerra contra os mouros.
Dessa forma, sem herdeiros, o trono português caiu no colo do rei Felipe II, da Espanha, que tinha parentesco com o indigitado monarca, após breve reinado, sobre Portugal, de um tio de Dom Sebastião, o Cardeal Dom Henrique. Nessa conformação geopolítica de além-mar, o general espanhol Diogo Flórez Valdez, transferido da Bahia à Paraíba para auxiliar o capitão português Frutuoso Barbosa, ordenou a construção do forte.
A supervisão das obras foi confiada ao engenheiro Christopher Lintz, que, em pouco tempo, se desincumbiu da tarefa. O comando do baluarte militar foi dado a outro espanhol, Francisco Castrejón, que acabou sendo o primeiro e único alcaide do Forte de São Filipe e São Tiago. Isso, porque o mencionado comandante se desentendeu com Frutuoso, enquanto potiguaras, com a luxuosa ajuda de corsários franceses, atacavam o local, sem parar. Diante do quadro, Castrejón incendiou a fortificação, lançou os canhões ao mar, e se mandou para Olinda.
Na foto, as ruínas do Forte de São Felipe e São Tiago, no caso, o que resta da atalaia (torre de vigilância).