domingo, 14 de setembro de 2025

João Melchiades Ferreira da Silva, Cantor da Borborema

7, setembro, 2025

Neste domingo, 7 de setembro, minha homenagem vai a um dos expoentes paraibanos da poesia popular, que, por sinal, são muitos e todos muitos bons, a começar pelo pombalense Leandro Gomes de Barros.

De matriz ibérica, como o romanceiro e os folhetos de corda, o estilo criou, no Nordeste, linguagem própria, passando da oralidade às tipografias regionais a partir da segunda metade do Século XIX.
Entre os bons da poesia popular se inscreve João Melchiades Ferreira da Silva, o Cantor da Borborema, nascido em Bananeiras, em 7 de setembro de 1869, mais achegado, em sua arte, aos poetas de bancada (cordelista que vende e declama seus folhetos).

Muito jovem entrou no Exército, tendo lutado em Canudos, em 1897, e no Acre, em 1903. Adoeceu de beribéri, reformou-se como sargento e fixou moradia na antiga cidade da Parahyba, hoje João Pessoa, onde viveu de folhetos e cantorias.

Publicou a maior parte dos folhetos na Popular Editora, na capital paraibana, de Francisco das Chagas Batista (uma história à parte desse cidadão de Teixeira, casado com a prima Hugolina Nunes da Costa, irmã de Ugulino do Sabugi ou de Teixeira, no que dá no mesmo).

A partir de 1914, João Melchiades manteve edição regular e viajou pelos sertões para vender seus livrinhos, muitas vezes levando também terços e romances de prateleira (edições populares de romances e novelas em prosa, baratas e de grande circulação).

Entre os livros mais famosos dele estão As Quatro Órfãs de Portugal ou O Valor da Honestidade, Combate de José Colatino com o Carranca do Piauí, História do Valente Sertanejo Zé Garcia e Peleja de Joaquim Jaqueira com João Melquíades.

No entanto, o mais notável de todos, o Romance do Pavão Misterioso, guarda uma celeuma grande em torno da autoria, entre ele e outro paraibano, este de Pilõezinhos, dos tempos de distrito de Guarabira, José Camelo de Melo Rezende, que tem a preferência dos pesquisadores.

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