Nas extremidades, as vetustas Rua da Areia (antiga Barão da Passagem), na altura da Casa do Estudante, e avenida General Osório (inicialmente, rua Nova, a primeira da cidade alta), datadas das primeiras décadas de estruturação urbana da cidade de Filipéia de Nossa Senhora das Neves. Falo da também muito antiga, e bem estreita, Ladeira Feliciano Coelho, hoje, opção de estacionamento e de trânsito, mas de programação específica no pré-carnaval de João Pessoa, o tradicional Folia de Rua.
A referida ladeira se constitui, ao lado das paralelas São Francisco e Borborema, ao norte, e da Peregrino de Carvalho (que já se chamou Beco da Misericórdia), ao sul, entre os mais íngremes aclives urbanos a ligarem as partes baixa e alta da cidade. A tradicional via pessoense, inscrita no perímetro do Centro Histórico como de tombamento rigoroso, leva o nome de um dos primeiros capitães-mores da Filipéia de Nossa Senhora das Neves, Feliciano Coelho de Carvalho, que governou a capitania no final do século XVI, quando Portugal ainda estava sob o domínio espanhol (Feliciano ostentava o título nobiliárquico de Fidalgo da Casa Real Portuguesa).
Na época, ainda teve de enfrentar, epidemia de varíola que grassava na região e duras batalhas contra os potiguaras, ajudados por seus (dos indígenas) amigos franceses, que não queriam abandonar a costa paraibana e o pau-brasil. Num dos combates que travou contra os índios, na Serra da Copaoba (a norte do planalto da Borborema, onde muitas tribos indígenas se abrigavam), acabou ferido, permanecendo, como consequência, definitivamente aleijado de uma perna. Entre as décadas de 1620 e 1630, Feliciano recebeu o controle sobre uma nova Capitania, a de Camutá, que envolvia terras dos atuais estados do Maranhão e do Pará.
Nas imagens, à esquerda, a Feliciano Coelho a partir da General Osório, e, à direita, na Rua da Areia