quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Lei da SAF: um ano de existência

12, agosto, 2022

Fez um ano agora, em agosto, da Lei 14,193, que instituiu a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e já temos em todo o país 23 clubes registrados (em 11 estados) e são muitos os que se encontram em processo de aprovação desse tipo de sociedade.

            No mercado ainda paira, no entanto, muita dúvida e desconfiança.

            Evidentemente, a SAF, como tudo na vida, tem vantagens e desvantagens e a adoção dela depende, principalmente, dos objetivos de cada clube. O Cruzeiro foi o primeiro a constituir SAF; Coritiba e Figueirense também fizeram e mesmo. Até quem não pretende virar SAF manifesta interesse em ter conhecimento do processo.

            Mas há, além dos citados, outros times, igualmente populares, como Bahia, Atlético Mineiro e Athlético Paranaense.

            Embora ainda não haja movimentação prática nesse sentido, muitos clubes tradicionais estudam a implantação da SAF; é o caso de Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Corinthians, Santos.

            A verdade é que existe um fator que concorre bastante para a demora dos clubes: a possível criação da liga do Brasileirão. Com a criação da liga, eles esperam negociar os ativos por valores melhores e a abertura de capital.

Sem dúvida, o principal obstáculo para que o novo mercado do futebol siga em frente, com êxito, é a presença da cartolagem, um mal anacrônico que parece não ter fim e a continuação de um sistema que ainda se concentra numa estrutura de interesses que implodiu o nosso futebol e converteu a atividade num negócio de exportação de jovens.

            Segundo levantamento da Win The Game, as SAFs brasileiras já movimentaram 1,5 bilhão, sinal de que haverá melhoras no mercado e atração para novos investidores.

            A verdade é que a SAF não emplacará no Brasil se não houver nos clubes interessados um adequado planejamento que faça projeções realistas, profissionais e “pé no chão”.

            Infelizmente, o poder político interno de muitos clubes (grandes ou pequenos) ainda tem como sustentáculo falácias, engodos, que provocaram, sem dúvida, o sucateamento e um montante de dívidas que, obviamente, prejudicam os times.

            E, no caso da Paraíba, ainda se acrescenta um problema: a dependência a “esmolas” do Poder Público, com a conivência – é claro! – de interesses escusos de muitos governantes. É bom lembrar que, pelo rigor da lei, o Estado só tem compromisso de apoio financeiro com o esporte amador. Paradoxalmente, no nosso caso este é o menos ajudado.