domingo, 5 de maio de 2024

Lei de Incentivo ao Esporte

27, março, 2022

É impossível sobreviver na natação sem dinheiro. Fato! Esse dilema é vivido pelos pais de atletas que participam de competições estaduais, regionais e nacionais. Para se ter ideia, as inscrições em campeonatos são pagas pelo atleta e é proporcional pela quantidade de provas que o nadador irá competir. Se o pai não tiver dinheiro, o filho não compete. Além disso, custos com transportes, hospedagem, alimentação, taxas de técnico, materiais de treino demonstram que a natação não é esporte para pobres, e nunca será um esporte de inclusão social, pois é impossível, digo impossível, um talento ser descoberto nas classes sociais com menos renda. O que fazer?

A Lei de Incentivo ao Esporte foi sancionada em dezembro de 2006 e permite que recursos provenientes da renúncia fiscal das empresas sejam aplicados em modalidades esportivas. Para que um projeto receba receitas da Lei de Incentivo ao Esporte, basta ser uma pessoa jurídica de direito público ou privado sem fins lucrativos, apresentar ao Ministério da Cidadania os projetos desportivos ou paradesportivos, com a documentação exigida e orçamento analítico. Em 2003, foi criado o Ministério do Esporte (ME). Com uma pasta específica no governo federal, a gestão do esporte ganhou mais autonomia e diversos programas, como o Bolsa Atleta, a Timemania, etc. Três anos após a criação do Ministério do Esporte, a Lei de Incentivo ao Esporte (LIE – 11.438/2006) foi aprovada.

Vejo muito amadorismo dos nossos dirigentes da natação, com exceção do clube campestre, que consegue utilizar a lei em várias modalidades esportivas, incluindo a natação. A Copa Campestre de Futsal ocorrida no final de semana em Campina Grande foi um sucesso, e a natação não consegue copiar eventos assim. A AABB de Recife é outro clube que conseguiu apoio da Lei de Incentivo ao Esporte proporcionando viabilizar a ida de vários atletas nas competições nacionais.

Aqui em João Pessoa, os pais estão se unindo de forma tímida, para tentar conseguir recursos da Lei de Incentivo ao Esporte. Temos empresas na Paraíba, temos atletas de ponta, temos clubes, temos federação, mas essa equação nunca fecha. Só quem perde são os atletas e a própria natação. Esse é problema antigo, mas não se resolve na natação da Paraíba. Uma verdade precisa ser dita: nossos atletas, pais e alguns treinadores são heróis nesse sistema que inviabiliza a participação de nadadores de baixa renda no esporte.

Natação feminina

A polêmica continua. A atleta trans Lia Thomas continua batendo recordes nos EUA. A FINA precisa determinar quais critérios técnicos deve ser usado para participação de atletas trans na natação feminina. Até ameaça de greve e de protestos estão sendo comentados na natação feminina.

Master

A Feap promoveu neste último final de semana, o Campeonato Paraibano master na piscina de 50m da Vila Olímpica Parahyba, onde vários atletas da velha guarda continuam vivendo a natação e praticando o esporte.