De certo mesmo é que este prédio, de número 260, da rua Duque de Caxias (originalmente, rua Direita), em João Pessoa, passou a servir, desde 1902 à Loja Regeneração do Norte, da Maçonaria, conforme explica o Memória João Pessoa, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba.
De acordo com a informação, a referida loja maçônica havia sido fundada em 16 de outubro de 1898, de rito Escocês e Antigo (REAA), ligado à potência Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba (essas últimas informações específicas são do site M33, mantido pela maçonaria brasileira). Foi a primeira loja maçônica fundada na então Parahyba do Norte (hoje conhecida como João Pessoa), segundo registra o Ipatrimônio, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (Iphaep).
O prédio ainda pertence à maçonaria, sendo que o andar térreo, que mais sofreu descaracterização arquitetônica ao longo do tempo, é comumente alugado a empreendimentos privados, já tendo funcionado no local o famoso Foto Stuckert, além do escritório do Aeroclube da Paraíba. Na parte frontal, bem lá em cima, é possível ver as figuras da régua e do compasso, símbolos da maçonaria. Ainda segundo o Memória João Pessoa, a construção sofreu intervenções durante sua história, inclusive com o acréscimo do terceiro andar.
“Em 1917, o prédio passou por novas alterações, tendo sido acrescido o terceiro pavimento que apresenta em sua fachada um tratamento diferenciado em relação ao segundo andar, o qual, provavelmente, resulta da reforma executada pelo arquiteto Pascoal Fiorilo”, informa o documento da Academia. Sobre o tempo anterior à posse pela maçonaria, há controvérsias. Diz-se que ali funcionou o Clube Astrea, fundado em 1886, em um sobrado anterior ao prédio atual.
Outros dizem que o vetusto sodalício, que terminou seus dias em Tambiá, existiu em outro prédio, provavelmente o vizinho, hoje completamente descaracterizado. Seja lá como tenha sido, os dois pavimentos superiores da Loja Maçônica Regeneração do Norte mantiveram, ao longo do tempo e das intervenções, suas características arquitetônicas, conclui o documento do Departamento de Arquitetura da UFPB. Trata-se, verdadeiramente, de exemplar prédio histórico na igualmente histórica Duque de Caxias, quase de frente para outro ícone do urbanismo pessoense, tão antigo quanto a rua, que é a Praça Rio Branco.