sábado, 7 de setembro de 2024

Marketing de emboscada

19, julho, 2024

O craque Cristiano Ronaldo está sendo acusado de haver praticado “marketing de emboscada” durante a Eurocopa. Segundo a informação, publicada pelo jornal O Globo, o jogador usou um relógio da marca Whoop, nas oitavas de final, contra a Eslovênia. Ocorre que a marca não foi patrocinadora oficial do evento.

O que é Marketing de emboscada?

Em regra, o marketing de emboscada acontece quando uma marca não patrocinadora de um espetáculo, aproveitando-se da repercussão do evento esportivo, “pega carona”, prejudicando os investimentos feitos pelos patrocinadores oficiais e induzindo o público consumidor a associá-los ao espetáculo.

A Lei Geral do Esporte considera que as ações de marketing de emboscada configuram crime, com a previsão de pena de detenção de 3 meses a 1 ano, ou multa.

Os crimes são classificados como marketing de emboscada, por associação ou intrusão:

Ocorre por associação,quando a empresa se aproveita de símbolos, mascotes, imagens ou slogans do evento ou dos patrocinadores, associando-os com o seu produto ou serviço. Já acontece por intrusão, quando há uma invasão direta ou indireta de ambiente publicitário, transmissão ou qualquer espaço de comunicação associado à iniciativa pelo não patrocinador do evento principal. A conduta causa, evidentemente prejuízos aos patrocinadores oficiais, que, na maioria das vezes adquirem direitos de exclusividade.

A tipificação desses crimes na ordem jurídica visa a proteger os investimentos de patrocinadores oficiais em eventos esportivos.

Trocando em miúdos

O marketing de emboscada é, na verdade, uma desonestidade. Determinada marca que paga dezenas ou centenas de milhões de reais para patrocinar grandes torneios esportivos, enquanto que outras empresas tentam chamar a atenção, desembolsando bem menos do que as patrocinadoras oficiais do evento. 

Em verdade, apesar de constituir crime, esse tipo de marketing é uma prática comum em competições; inclusive em copas do mundo e a FIFA já notificou inúmeros casos brasileiros. Muitas empresas infratoras já foram punidas com multas, mas a FIFA não revela os valores ou a natureza dos casos. O número tende, infelizmente, a aumentar, com o grau de mercantilismo a que chegou o futebol.