No começo dos anos 1980, quando soube que os clubes iriam usar patrocínio nas camisas, fiquei revoltado. Como aceitar ver a camisa do Flamengo com uma propaganda maculando o escudo (sim, ainda sou do tempo de escudo!) tão querido? E como admitir isso na camisa do Esporte de Patos? Ainda bem que essa “moda” vai demorar a chegar à Paraíba, pensava eu.
Mas ela chegou!
E, no caso dos times da Paraíba, que, por óbvio, têm menos recursos que os do “sul” do país, a coisa fica pior. Há uniformes que ostentam tanta propaganda que dá trabalho para você ver o tão amado escudo.
O tempo passou e hoje sou, como advogado, um profissional do Direito Desportivo e aceito, tranquilamente, o marketing desportivo e o avanço, cada vez maior, dessa vertente.
Por que estou escrevendo tudo isso?
Porque o Morumbi (foto), o tão falado estádio, cujo nome é Cícero Pompeu de Toledo, que quase ninguém sabe, agora se chamará, por três anos, ou mais, se houver prorrogação do contrato, MorumBis.
Sim, isso mesmo, leitor, não estou ficando senil ou maluco.
É que a Mondelez, fabricante do chocolate Bis, anunciou terça-feira (26) um acordo de “naming rights” com o São Paulo e o estádio terá a denominação já citada.
Segundo a Folha de São Paulo, os valores não foram divulgados oficialmente, mas o acordo é de três anos, com um aporte total de R$ 75 milhões. Os R$ 25 milhões anuais superam o que paga a seguradora Allianz ao Palmeiras pelo nome do Allianz Parque e o que desembolsa a farmacêutica Hypera Pharma ao Corinthians pelo nome da Neo Química Arena.
Ainda segundo o mesmo jornal, O São Paulo confirmou o acordo. O diretor de marketing do clube, Eduardo Toni, celebrou o acerto com “uma marca de apelo internacional”.
“Estamos muito felizes com a chegada da Mondelez à nossa casa, que agora passará a ser o MorumBis. O São Paulo é uma marca forte e global, assim como a nossa nova parceira. O Morumbi é um estádio vibrante e ao mesmo tempo tradicional, assim como o Bis. A junção dessas duas potências é um casamento perfeito”, declarou.