Um bairro que mantém uma rua homenageando a saudade é, de cara, um bairro de respeito. O Róger tem uma Rua da Saudade, de configuração popular, que atravessou o tempo sem se permitir um novo batismo para agradar a algum figurão qualquer.
O Róger ostenta o fabuloso Parque Arruda Câmara, com sua Bica do Tambiá, à espera de mais atenção em conformidade com as exigências de um bem tombado, profundamente ligada à história de João Pessoa desde os primeiros tempos da cidade.
Há ainda o 11 Esporte Clube Recreativo, o tradicional Campo do 11, palco de duelos futebolísticos memoráveis e espaço social do bairro. Aos 90 anos de fundação, continua firmemente ligado à vida do Róger.
E os carnavais de rua do bairro? Memoráveis. Afora o desfile oficial das escolas de samba, das tribos e dos blocos de frevo, no Centro, havia uma versão no Róger, que também apresentava suas próprias tribos e escolas de samba.
Na seara dos carnavais de clube, tão fortes em João Pessoa até a década de 1980, o do Guarany Esporte Clube do Róger era bastante animado. Ao lado do 11, também fez muita figura no esporte amador da cidade, com sua quadra sediando concorridos torneios.
Foi no Róger que nasceu a primeira emissora de rádio de João Pessoa, no início da década de 1930. A pioneira tinha seda na atual Rua Gouveia Nóbrega, nas proximidades da Bica. Seus equipamentos serviram em 1937 à instalação da atual Rádio Tabajara.
E as festas de Santa Terezinha, a padroeira do bairro, a partir de sua igreja já devidamente tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep)? Tanto a novena quanto a parte profana atraiam (a novena ainda hoje) a população da capital.
Há outros ícones pessoenses com endereço no Róger, a exemplo da Padaria Flor das Neves, do Seminário Diocesano, e dos Colégios Estadual do Róger, Sagrado Coração de Jesus e João XXIII. Sem esquecer da Penitenciária Modelo, com sua dura função. Eita Róger!