Corria 1929 quando o professor Gazzi de Sá e sua esposa Ambrosina Soares de Sá fundaram uma escola de música, na atual João Pessoa, com foco no ensino do piano, canto e teoria musical, auxiliado pela esposa, em piano e canto, além de dança. Daí se seguiram, Instituto de Educação Musical, Escola de Música, Conservatório de Canto Orfeônico, Conservatório de Música e Escola de Música Antenor Navarro.
Nascido na capital paraibana, Gazzi de Sá foi encaminhado pela família a Salvador, para cursar Medicina. Como sua paixão era a música, ao tempo que estudava para ser médico, também aprendia piano e teoria musical. Determinado, foi bater no Rio de Janeiro (onde é nome de rua, na Tijuca, e de coral universitário, em João Pessoa), quando estudou ainda mais o campo musical. Na época, surgia o movimento do canto orfeônico, no horizonte cultural da República, tendo como principal guia o compositor e maestro Heitor Villa-Lobos.
O movimento, que veio a se popularizar durante o Estado Novo, entre as décadas de 1930 e 1940, visava introduzir o canto coral nas escolas, intentando promover a educação musical, no país. Em 1932, Villa-Lobos foi nomeado diretor de educação musical do Distrito Federal e, posteriormente, assumiu cargos que lhe permitiram expandir o projeto a todo o país.
Ele criou programas de formação para professores, responsáveis por ensinar canto orfeônico nas escolas. Gazzi de Sá, que exerceu o cargo de Superintendente de Educação Musical, em João Pessoa, foi um dos guardiões do canto orfeônico, colocando a Paraíba em destaque no cenário nacional. Em 1947, contudo, se mudou para o Rio, onde assumiu papel de relevo no movimento.
Então, a batuta ficou com a professora Luzia Simões Bartolini (hoje, nome de rua, de escola, de loja maçônica e de um coral, em João Pessoa), já envolvida com o trabalho de Gazzi e Villa-Lobos, que se transformou na guardiã do canto orfeônico e do ensino público musical, na capital paraibana.