sábado, 18 de maio de 2024

O casarão da Praça Bela Vista

21, janeiro, 2024

O casarão da foto que fiz na semana que passou fica em frente à praça Bela Vista, quase no limite entre os bairros de Jaguaribe e Cruz das Armas, na esquina das ruas Seráfico da Nóbrega e Joaquim Hardman. A praça, que já propiciou uma bela vista de todo aquele v

ale que abriga os rios Marés, Sanhauá e Paraíba, visão impedida após a construção de prédios bem defronte ao logradouro, na curva que leva a Cruz das Armas, hoje homenageia o areense Simeão Leal. O homenageado viveu entre os anos de 1908 e 1996, entre a Paraíba e o sudeste do país, era sobrinho de José Américo de Almeida, médico, mas de profundo comprometimento com a arte e a cultura em geral, de tal forma que, nesse particular, teve reconhecimento nacional e internacional.

Voltando ao casarão, ele foi construído para servir de residência ao advogado paraibano João da Mata Correia Lima (não o ex-presidente do estado, também João da Mata Correia Lima, nascido na capital paraibana, que viveu entre 1830 e 1877, e que deu nome à avenida que liga a rua das Trincheiras à avenida Cruz das Armas, e, lógico, também não ao pombalense João da Mata de Sousa, que somente foi nascer em 1947). O promitente morador do palacete existiu entre final do século XIX e início do século XX (com forte possibilidade de compor a descendência do ex-presidente paraibano já citado, uma vez que com o mesmo nome e sobrenome) e faleceu em 1929, vítima de acidente de automóvel a caminho do Recife, portanto, meses antes de o seu amigo, também advogado João Dantas, resolver matar o presidente do estado, João Pessoa.

Por conta do falecimento prematuro, ele não chegou a ocupar o casarão em foco, que tomou outros destinos funcionais a partir de então. Segundo o Memória João Pessoa, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba, “não se sabe ao certo a destinação que este prédio teve após sua morte. Tem-se conhecimento que aí residiu em meados do século XX o Sr. Nicolau Costa – que no ano de 1947, o ampliou em sua parte posterior. Entre as décadas de 1960 e 1970 funcionou a Delegacia de Acidentes e, posteriormente, teve uma sequência de usos que levaram a outras alterações na edificação. Também de acordo com o mesmo documento, o imóvel está tombado pelo IPHAEP por força do decreto número 8.651, de 26 de agosto de 1980 e, como é possível observar, bem afeiçoado.