O Cine Banguê, localizado no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa, é um importante equipamento cultural da Paraíba. Inaugurado em 1982, poucos meses após a abertura da instituição, no bairro de Tambauzinho, época em que os cinemas de rua, na capital paraibana, haviam praticamente desaparecido, o cinema acabou beneficiando gerações e se consolidou como espaço de valorização do audiovisual e da cultura no estado.
Após um período de inatividade, em que sofreu as consequências da desgraça que se abateu sobre as velhas salas de cinema, o Banguê foi reinaugurado em 19 de fevereiro de 2016, completamente modernizado.
A nova estrutura passou a contar com instalações confortáveis, sistema de som de alta qualidade e capacidade para 120 pessoas, proporcionando uma experiência imersiva para o público. A programação passou a ser cuidadosamente elaborada por uma curadoria coletiva, que prioriza obras fora do circuito comercial, exibindo filmes de diretores paraibanos, produções nacionais independentes e clássicos do cinema mundial, buscando sempre provocar reflexão e ampliar o acesso à diversidade cinematográfica.
Além das sessões regulares, o cinema promove mostras temáticas, festivais, encontros com realizadores e debates com críticos e pesquisadores. A programação completa pode ser consultada no site da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (FUNESC). O Cine Banguê também se destaca por sua atuação na formação de profissionais do audiovisual. Em parceria com instituições como o Centro Audiovisual Norte-Nordeste (CANNE), oferece cursos e oficinas em áreas como direção, roteiro, fotografia e edição, contribuindo para o fortalecimento do setor na região.
Mais do que um espaço de exibição, o Cine Banguê representa a continuidade de um projeto cultural iniciado na década de 1980 e renovado com os desafios do presente. Seu nome, que remete ao universo da cana-de-açúcar — tema recorrente na obra de José Lins do Rego — reforça a identidade local. Consolidado como ponto de encontro para os amantes da sétima arte, o cinema segue como símbolo de resistência, formação e acesso à cultura.
Foto divulgação do Cine Bangué.
