Em 1952, o campeonato paraibano de futebol profissional foi disputado por seis times: de João Pessoa, havia três clubes, a saber, o Auto Esporte, o Botafogo e o Red Cross; de Campina Grande, o Paulistano; de Guarabira, o Guarabira; e de Rio Tinto, o Rio Tinto. Importa anotar que, naquele ano, o campeão paraibano foi o Red Cross, que contou, para isso, com a ausência do Treze (campeão em 1950), em toda a competição, e do Botafogo, campeão do primeiro turno, excluído do segundo turno (não me pergunte o motivo). Dessa forma, o Red conquistou o segundo turno e, apesar de ter sofrido uma goleada de 5 X 1, do Botafogo, em uma das duas partidas da final (venceu uma por 1 X 0), acabou sagrado campeão por ter somado mais pontos no campeonato (como já dissemos, sem o Botafogo no segundo turno).
Confesso que andava esquecido do nosso Cruz Vermelha (em tradução literal), clube que amargou goleadas homéricas nos tempos do futebol paraibano da minha própria memória. Em 1964, por exemplo, o Red Cross sofreu um revés fenomenal do Campinense Clube (a caminho do hexacampeonato estadual, conquistado um ano depois), pelo placar de 11 X 0, um dos mais impiedosos resultados da história do futebol paraibano. Antes de 1952, o time havia sido campeão aos tempos da considerada não oficial Lyga Parahybana de Foot Ball. No caso, em 1912.
Portanto, o clube está inscrito entre os primeiros do futebol da Paraíba surgidos pela iniciativa de jovens paraibanos que estudavam em outras cidades do país na primeira década de 1900. Ao voltarem à terra natal, trouxeram com eles a bola, as regras e a paixão pelo esporte. No Red Cross surgiu para o futebol paraibano um dos jogadores mais festejados, em todas as épocas, na Paraíba, na figura do velho e saudoso Coca Cola, que brilhou no Botafogo e no Campinense.
O Red Cross pertenceu à parte jaguaribense da história social e esportiva de João Pessoa, ao lado do Estrela do Mar, também, ex-campeão paraibano, formado a partir da Cruzada do Frei Albino. A sede do Red Cross funcionou na avenida Primeiro de Maio, na mesma rua do complexo religioso representado pela Igreja do Rosário e pelo convento dos franciscanos alemães, onde, justamente, surgiram e frutificaram a Cruzada e o Estrela do Mar.
(A foto, publicada no jornal O Norte, em 1952, está em História do Futebol – A Enciclopédia do Futebol, na Internet)