Na capa do A União de 7 de setembro de 1935 duas notícias rivalizavam em importância. A primeira, o desfile celebrando a Independência do Brasil. A outra, o pleito direto marcado para dois dias depois, uma segunda-feira, 9 de setembro.
Após quase cinco anos passados desde a vitória da Revolução de 1930, um novo compromisso de cunho democrático, do movimento, estaria sendo efetivado no Brasil, quando novos prefeitos e vereadores de cidades brasileiras seriam escolhidos de forma direta e livre.
A primeira das tarefas republicanas, de extrema importância, teve sua formalização em 3 de maio de 1933, na eleição da Assembleia Constituinte, cujo resultado final, a Constituição, publicada em 1934, adotou o voto secreto, obrigatório e direto, marcando o caminho para um governo constitucional, que, no entanto, continuava centralizador.
O derradeiro compromisso, dentro da perspectiva da democracia, que era o da escolha livre e direta de Presidente da República, governadores, senadores e deputados federais e estaduais não aconteceria em 1937, quando Getúlio Vargas revogou a Constituição, fechou o Congresso e estabeleceu uma ditadura.
Mas, naquele 9 de setembro de 1935, os ventos pareciam soprar adequadamente em favor do regime democrático, no país, rompendo com toda a prática vigente durante a Primeira República, a dos votos comandados pelos coronéis.
Mesmo que, nas capitais (a exemplo de João Pessoa) o voto fosse apenas para a Câmara de Vereadores, uma vez que o prefeito continuava sendo escolhido pelo presidente do Estado. Na Paraíba, o cargo era exercido pelo interventor Argemiro de Figueiredo.