No belo prédio da foto, situado na esquina da avenida João Machado com a rua Coronel Antônio Soares, exerce suas funções o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (Iphaep), órgão oficial que cuida da preservação da memória paraibana. O seu morador mais ilustre foi José Rodrigues de Carvalho, proprietário inicial do prédio, um cidadão envolvido com a política, com o judiciário e com o jornalismo de A União.
Ele viveu entre o final do século XIX e início do XX, entre a Paraíba, onde nasceu (em território hoje pertencente ao município de Alagoinha, mas na época na circunscrição de Guarabira, sendo, assim, reverenciado pelas duas cidades) e o Ceará, embora falecido em Recife. Na sequência, o próprio teve várias outras serventias, como residência particular e, ainda, como sede de órgão estadual, no caso, a Secretaria de Planejamento do Estado.
Apesar da não datado oficialmente, a obra parece ter sido erguida entre os anos 1920 e 1930 (Rodrigues de Carvalho faleceu em dezembro de 1935), portanto, logo nas primeiras décadas de existência da bela avenida João Machado, sobre cuja importância já falamos à exaustão, enquanto parte do processo de expansão da capital paraibana nos rumos sul e leste, no início do Século XX. Mas também como local escolhido pela elite da cidade de Parahyba para construir suas mansões magníficas no tempo do boom do algodão, juntamente com os produtores de açúcar e outras patentes econômicas importantes da época.
Coincidiu, ainda, com os benefícios trazidos à Paraíba pelo governo federal do paraibano Epitácio Pessoa (1919-1922). Pelo que se vê, em função de ter serventia, e mais ainda ao Iphaep, o prédio está bem cuidado, o que sugere ser o aproveitamento funcional dessas marcantes edificações pessoenses um capítulo fundamental no processo de revitalização do nosso sítio histórico. De acordo com o Memória João Pessoa, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba, possui “indicadores da linguagem Art Nouveau, como as esquadrias e o gradil que arremata o muro frontal do imóvel”.
O edifício é tombado pelo IPHAEP por meio do Decreto nº 8.652, de 26 de agosto de 1980.