Fundada em 1953, pela então primeira-dama da Paraíba, Alice de Almeida, esposa do governador José Américo de Almeida, à época, a Organização das Voluntárias, na vistosa avenida João Machado, número 309, se dedicou por décadas a projetos voltados ao apoio a famílias em situação de vulnerabilidade, incluindo distribuição de alimentos, roupas e outros itens de necessidade básica. Para isso, costumava realizar eventos beneficentes bastante prestigiados, onde eram coletados donativos para distribuição nas regiões mais carentes da cidade, na forma de contribuições financeiras, alimentos, roupas, brinquedos e outros itens.
A organização também desempenhou papel importante na área da saúde, principalmente junto ao antigo Hospital Municipal de Pronto Socorro (HPS), na rua Visconde de Pelotas com a avenida Miguel Couto, no atendimento aos mais pobres. Além disso, promoveu campanhas de prevenção e conscientização sobre doenças. Ainda na área de saúde, empreendeu histórica jornada em favor da criação de um banco de sangue, no HPS, que teve a participação do Distrito das Bandeirantes, ligado ao movimento escoteiro feminino.
Mesmo depois que José Américo deixou o governo, a Organização das Voluntárias prosseguiu bastante ativa em seu trabalho assistencial, parte desse tempo em parceria com a Igreja Católica e com a Universidade Federal da Paraíba. Os saudosos Dom Hélder Câmara, arcebispo de Olinda e Recife, entre 1964 e 1985, e o professor e ensaista e ex-deputado estadual paraibano José Rafael de Menezes (1924-2009), chegaram a realizar importante conferência na instituição pessoense sobre a encíclica Populorum Progressio (Desenvolvimento dos Povos), promulgada pelo Papa Paulo VI, em 1967, considerada um marco na Doutrina Social da Igreja.
O documento abordava o desenvolvimento integral dos povos, com foco especial naqueles que enfrentam pobreza e subdesenvolvimento. O referido seminário teve a coordenação de Luíza Erundina de Souza, depois prefeita de São Paulo, durante a semana da assistente social, entre 15 e 18 de maio de 1967. A organização é um exemplo de como o voluntariado pode ser uma força assistencial na sociedade, complementando as ações governamentais e fortalecendo a solidariedade entre os cidadãos. Hoje, o prédio que serviu à OVP se encontra praticamente abandonado.
(A foto mostra a situação atual do prédio onde funcionou a Organização das Voluntárias, na avenida João Machado. Ao fundo, a caixa d’água da rua Diogo Velho)