segunda-feira, 21 de julho de 2025

Pedro, as coisas não são bem assim!…

18, julho, 2025

Há, no Brasil, uma mania terrível – e nisso a imprensa é muito culpada – de se endeusar jogadores e valores individuais, quando se sabe que futebol é um esporte coletivo.

Dessa visão absurda, surge outra mais absurda ainda de os considerados bons atletas de futebol no Brasil não admitirem ir para a reserva e nem ser substituídos durante as partidas.

Ora, tal mentalidade é retrógrada, errada e ultrapassada.

Não existem reservas, no sentido pejorativo que se dá ao termo no país. Existe um plantel à disposição do técnico e este deve colocar em campo os atletas que estiverem rendendo melhor; o resto fica para substituições. Cabe ao jogador escolhido, erroneamente julgado titular, que ficou na “reserva” tentar melhorar o rendimento e lutar pela posição.

No recente imbróglio Filipe Luiz x Pedro, o primeiro tem toda a razão: Pedro não está rendendo e não se admite indisciplina (ainda que apenas tática) ou desrespeito ao treinador.

Filipe Luiz, embora sempre educado, não suportou e desabafou, afirmando que o comportamento de Pedro fora “lamentável”, e que beirara o ridículo; arrematando com a afirmação de que o atacante fora o último em tudo nas atividades de treinos da semana.

“Não se negocia um minuto de treino”, enfatizou, arrematando com a dura, mas honesta frase: “Espero que ele se recapacite, que pense e peça desculpas aos companheiros. A culpa é dele. Ele tem que querer”.

Há alguns analistas dizendo que o técnico do Flamengo “exagerou no tom”.

Não concordo. O tom tem que ser esse. É obrigação de um jogador respeitar o técnico, a torcida, os colegas e a diretoria.

Pedro não pediu desculpa e, por meio de nota oficial, considerou a atitude do técnico do rubro-negro “desrespeitosa”.

Lembremos que o jogador também já teve problemas com Rogério Ceni e Dorival Júnior.

Pedro precisa acordar

Trata-se, sem dúvida, de um dos melhores atacantes do Brasil. Mas, como já disse em parágrafos anteriores, isso não garante titularidade no time. Jogar desmotivado, fazer “corpo mole” e praticar indisciplina só pioram a situação. Ele tem que se esmerar para ganhar novamente a posição e marcar gols, que é o que mais interessa ao torcedor.

Seria o caso de lembrar a Pedro um verso de uma música famosa interpretada por Raul Seixas:

“Pedro as coisas não são bem assim…”.