Corria o ano de 1958 quando a Companhia de Pesca Norte do Brasil (Copesbra), endividada junto ao Banco do Brasil, passou ao controle de uma joit-venture nipo-brasileira, a Nichirei Kabushiki Kaika Corporation. O negócio se ocupava da pesca da baleia, possibilitando pequena imigração, ao Brasil, de japoneses especialistas na atividade. Entretanto, a caça ao cetácio é antiga em território brasileiro, remontando, segundo historiadores, ao início do Século XVII.
De fato, durante o período colonial, o óleo de baleia foi amplamente utilizado no Brasil como fonte de iluminação. Naquele período, a caça às baleias acabou como atividade econômica importante nos litorais da Bahia, do Rio e de Santa Catarina. Na Paraíba, a cargo da Copesbra, a pesca da baleia existiu, em dimensões empresariais, com hiatos nas duas grandes guerras, desde 1912, com sede mesmo em Costinha, que já foi distrito de Santa Rita. Mas com a Nichirei Kabushiki é que a história tomou vulto. A empresa modernizou a pesca, utilizando tecnologias avançadas para a época, como navios baleeiros equipados com canhões e arpões explosivos.
Vendia-se, além do espetáculo turístico macabro de recorte das baleias, a carne, a carnarina (um pigmento com propriedades cosméticas e de tinturaria), o charque e a carne de sol, e até farinha de ossos, empregando cerca de 300 operários. O período foi marcado pela captura de grande número de baleias, principalmente da espécie jubarte. A partir da década de 1970, a atividade começou a enfrentar crescente oposição de organizações ambientalistas e da opinião pública internacional, preocupadas com a sustentabilidade do negócio e o bem-estar das baleias.
Em 1987, acabou a caça comercial de baleias no local. Naquele ano foi promulgada a Lei n. 7.643, estabelecendo a proibição da “pesca, ou qualquer forma de molestamento intencional, de toda espécie de cetáceo nas águas jurisdicionais brasileiras”. Hoje, a praia de Costinha é um destino turístico conhecido por atrações naturais. A antiga estação baleeira da Copesbra virou ruínas, servindo como lembrete do passado da região.