Sérgio Botelho – Outro dia escrevi sobre a Avenida Gouveia Nóbrega, entre o Varadouro e o Parque Arruda Câmara, que homenageia ilustre magistrado da história paraibana. Mencionei, no texto, que a via, antes disso, se chamava Mira-Mar, o que não deixa de provocar curiosidade sobre o motivo de o nome ter sido utilizado naquela região da cidade. Imaginei que realmente pudesse haver, naquelas partes, alguma vista do oceano, perdida, em sua original beleza, com o crescimento urbano da cidade.
Mas, nesta quinta-feira, 07, também conhecida por ontem, pude ter a certeza sobre isso ao conhecer as razões expostas pelo então prefeito Walfredo Guedes Pereira (na gestão 1920-1924), em mensagem remetida ao Conselho Municipal, no mês de novembro de 1923, explicando as razões de sua proposta, não apenas de construir a via, como de chamá-la de Mira Mar. As explicações foram as seguintes: “Sendo o Rogers um dos pontos mais bonitos da cidade, já grandemente povoado e com uma única e estreita comunicação direta com o centro da cidade, resolvi fazer uma avenida ao lado norte do mesmo bairro, beirando o vale, que, além da grande importância quanto à facilidade de trânsito, ao conforto para aqueles habitantes e valorização dos terrenos, é uma via pública de máxima beleza, atenta a sua situação topográfica.
Em virtude desta posição, que nos dá uma esplêndida vista do alto mar, por sobre os coqueirais das praias e do nosso porto, — desde a entrada da barra, em Cabedelo, e de todas as sinuosidades do canal, até o ancoradouro nesta capital, — achei que devia chamá-la de «Avenida Mira-Mar», para o que peço o vosso valioso e inteiro apoio”. A abertura da nova avenida contou com a doação de terreno por parte da Mitra Arquidiocesana da Paraíba, e fez parte de uma ampla reforma urbana na então Cidade da Parahyba, no período.
Mapa do Google mostrando o trajeto da Avenida Gouveia Nóbrega, antiga Mira-Mar.
