Há uma rua na cidade baixa da capital paraibana, com nome de origem francesa, que ganhou fama no comércio de varejo da cidade, e que nessa função permanece até os dias de hoje: a avenida Beaurepaire Rohan (que se pronuncia bôrreperroan). Ela liga a rua Índio Piragibe, no Cordão Encarnado, à Praça Pedro Américo. Até já conquistou abreviação, especialmente nas emissoras de rádio, como B Rohan.
A significativa artéria urbana pessoense homenageia Henrique Pedro Carlos de Beaurepaire Rohan, nascido em Niterói, no Rio de Janeiro, que viveu entre 12 de maio de 1812 e 10 de setembro de 1894, alcançando o posto de Marechal de Campo, pela arma da Engenharia, no Exército Brasileiro. Ele governou a Província da Paraíba, no período imperial, entre 9 de dezembro de 1857 e 4 de junho de 1858, depois de governar o Pará. Antes fora vice-presidente da Província do Paraná.
O sobrenome ele herdou de seu pai, o marechal francês Jacques Antoine Marc (Conde de Beaurepaire), desafeto de Napoleão, e da anglo-portuguesa Maria Margarida Skeys de Rohan. Feitas as apresentações, importa saber o que ele realizou de importante para ganhar nome de rua em João Pessoa. E ele fez muito, em um período de menos de seis meses. Homem tido como bastante culto, Beaurepaire Rohan revelou-se de cara um cidadão à frente do seu tempo, criando o primeiro colégio feminino da Paraíba, o Colégio Nossa Senhora das Neves, num tempo em que às mulheres não era dado o direito de estudar, nem mesmo as ricas.
Dizia ele que o colégio evitaria “que as moças tivessem o seu horizonte limitado ao oratório, sala de jantar e cozinha”. Fez mais, segundo registra o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, pois disciplinou a abertura das ruas na capital, providenciou a planta da cidade, fundou a Biblioteca Pública e o Jardim Botânico, além de criar o Cais do Varadouro e o Matadouro Público.
Tudo isso, na velha cidade de Parahyba, hoje João Pessoa. No estado, construiu estradas no interior, distribuiu arados e sementes com os agricultores, estimulou a cultura do trigo em alguns municípios, introduzindo também o plantio do café no Estado. Portanto, apesar da dificuldade na pronúncia, Beaurepaire Rohan mereceu a homenagem que lhe presta a capital paraibana.
(A foto é do Google Street View)
