quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Rua Barão do Triunfo (antiga Estrada do Carro)

9, agosto, 2024

A atual rua Barão do Triunfo faz parte dos esforços mais antigos dos habitantes da cidade da Parahyba em traçar caminhos entre a parte baixa da cidade, o Varadouro, e a de cima, representada pelas ruas Nova, Direita, Largo do Rosário (atual Ponto de Cem Reis) e Largo da Igreja do Colégio (hoje, Praça João Pessoa). Uma dessas picadas atendia pelo nome de Estrada do Carro, ligando a atual Praça Napoleão Laureano (vale dizer, a Estação Ferroviária) e a também atual Praça Pedro Américo (antigo Campo do Conselheiro Diogo), onde pontificam o Teatro Santa Roza, o velho Quartel da PM, antigo Correios e Telégrafos e o ex-Comando Militar da PM. Então, na João Pessoa contemporânea, ganhando o destino da Lagoa do Parque Solon de Lucena, e daí em diante.

Suas construções mais vistosas, nos dias de hoje, são a que serve de endereço à Capitania dos Portos, a da Academia Paraibana de Poesia, um belo espécime físico do casario pessoense de outras época, onde já funcionou o jornal Correio da Paraíba, e a que abrigou o Banco do Povo, e depois a Codata, prédio vizinho de esquina com o da Marinha, afora um marcante casario. Mas já abrigou a matriz do Banco do Estado da Paraíba (Paraiban).

Foi a Barão do Trunfo uma espécie de cartão de visitas a toda a gente que vinha do interior do estado, incluindo retirantes das secas, nos tempos em que o trem possuía estações nas mais diversas regiões da Parahyba do Norte. Barão do Triunfo, que virou homenageado a partir do final do Século XIX, após dada por finda a Guerra do Paraguai, nasceu José Joaquim de Andrade Neves, em Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, e foi um dos oficiais-generais envolvidos com a mencionada guerra, entre 1864 e 1870, tendo ele morrido em Assunção, nos idos de 1869, após ferido de morte.

O sistema de bondes, desde o tempo em que o veículo se deslocava por tração animal, usava a Barão do Triunfo, juntamente com a rua da Areia, a Conde d’Eu (Maciel Pinheiro) e a Rua do Fogo (Guedes Pereira), em seu trajeto, na chamada Linha do Comércio. Na primeira metade do Século XX, naquela artéria funcionaram, em diversos períodos, casas de residência, escritórios de advocacia, pensões, comércio, consultórios médicos e instituições da sociedade civil.

É grande a importância histórica do conjunto de logradouros que compõem a parte mais próxima do rio Sanhauá, onde nasceu a cidade, como é o caso da Barão do Triunfo. São espaços urbanos que não se restringem a simples marcos geográficos, mas verdadeiros testemunhos da evolução urbana de João Pessoa. Cada rua, beco, travessa e praça carrega consigo histórias de épocas passadas, refletindo a trajetória arquitetônica e social da cidade.


Nas imagens, a Barão do Triunfo, a partir da Praça Napoleão Laureano, o prédio da Capitania dos Portos, o do antigo Banco do Povo e Codata, e o da Academia Paraibana de Poesia)