Há algumas ruas, em João Pessoa (aliás, em cidades do Brasil inteiro) que homenageiam militares ou cenários que se destacaram na Guerra do Paraguai, ocorrida entre 1864 e 1870, com um saldo de cerca de 50.000 brasileiros mortos e a destruição completa, à época, daquele país vizinho. Foi o maior conflito envolvendo nações da América do Sul. Uma dessas ruas, apesar de nem tão notável na urbe, se chama Marcílio Dias e ganha importância ao se estabelecer como o marco urbano a dividir os bairros de Jaguaribe e Cruz das Armas.
A Marcílio Dias, considerada como Jaguaribe (numa região que já foi conhecida como ABC) tem início na avenida Cruz das Armas, segue pelo oitão do quartel do Regimento Vidal de Negreiros, e termina em granjas que têm, por trás, o Rio Jaguaribe. A via é endereço de residências oficiais de militares. Diferentemente dos homenageados, no caso da referida guerra, em outras ruas de João Pessoa, Marcílio Dias não foi nenhum oficial general. Na verdade, foi um marinheiro da Armada Imperial, nascido em Rio Grande, no Rio Grande do Sul, em 1838, e que entrou para a Marinha com apenas 16 anos de idade.
Seu maior ato de bravura, e que lhe custou a vida, aconteceu na decisiva Batalha de Riachuelo (no arroio Riachuelo, um afluente do rio Paraná, na província de Corrientes, na Argentina), quando a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai), mais destacadamente “a Marinha brasileira alcançou uma vitória importantíssima, destruiu parte considerável da frota naval paraguaia e garantiu o controle das águas platinas para a Tríplice Aliança, isolando o Paraguai e impedindo-o de receber provisões essenciais para a continuidade da guerra”, segundo o site Brasil Escola. Na referida batalha, Marcílio travou luta corporal contra quatro paraguaios, segundo relata site da Marinha do Brasil, restando mortalmente ferido, vindo a falecer no dia seguinte. Marcílio Dias é nome integrante do Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.
Foto do início da Rua Marcílio Dias, entre Jaguaribe e Cruz das Armas.