A cidade de João Pessoa presta uma homenagem urbana ao poeta Olavo Bilac, que nasceu, viveu e morreu, no Rio de Janeiro, entre os anos de 1865 e 1918, considerado Príncipe dos Poetas Brasileiros, em seu tempo. A honraria principesca lhe coube por força de enquete popular, realizada em 1916, pela revista carioca Fon Fon, altamente prestigiada, na época, tendo sido, Bilac, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.
Até que chegou a cursar Medicina e Direito, mas não concluiu nenhum dos dois cursos, passando a enfrentar a vida enquanto jornalista, escritor e poeta. De estilo lírico, no conteúdo, e rigoroso perfeccionismo no enquadramento de versos e estrofes, parnasiano que era, Olavo, autor do belo e marcante poema Ouvir Estrelas, marcou a poesia brasileira para todo o sempre, no que pese as fortes críticas, na sequência temporal, assacadas pelos modernistas contra o parnasianismo.
Apesar de ter sido o principal defensor do serviço militar obrigatório, em seu tempo, posição fortalecida por conta de sua elevada popularidade, inspirando a criação da Liga da Defesa Nacional, de ideário patriótico, também o foi da Liga Nacionalista, a pregar o fortalecimento do voto e da democracia (“Nunca fui, não sou, nem serei um militarista”, dizia ele). Bilac é o autor do Hino à Bandeira e patrono do Serviço Militar Obrigatório, assim nomeado após a morte.
Mas também é forte referência para os estudantes de Direito da Universidade de São Paulo que, em sua homenagem, mantêm, no Largo de São Francisco, uma maldita, pelos conservadores, estátua de um homem e uma mulher, nus, num Beijo Eterno, em homenagem a um poema dele com o mesmo nome, que iniciava assim: “Quero um beijo sem fim, que dure a vida inteira e aplaque o meu desejo! Ferve-me o sangue. Acalma-o com teu beijo, beija-me assim!”
A rua que o homenageia em João Pessoa é breve em seu traçado, mas cheia de história, já que liga, muito perto uma coisa da outra, a atual Monsenhor Walfredo, à altura da Praça Antônio Pessoa e do antigo Grupo Escolar Epitácio Pessoa, ao Parque Arruda Câmara, pouco mais abaixo. É resultado, após seu alargamento, junto com a Praça Antônio Pessoa, do arruinamento da antiga versão da Igreja Mãe dos Homens, datada dos anos 1700.
Lembrando que tanto a Praça Antônio Pessoa (que homenageia ex-presidente da Paraíba, irmão do ex-presidente da República Epitácio Pessoa) e o Grupo Epitácio Pessoa, obras da década de 1920, quanto o Parque Arruda Câmara, assim batizado em 1922, mas com origem na primeira metade do Século XIX, são obras de preservação rigorosa do perímetro urbano pessoense. Portanto, a rua reflete a presença de tempos e ideias distintas, onde o passado literário brasileiro e o desenvolvimento pessoense se encontram, enriquecendo cultural e historicamente a urbe pessoense.
Nas imagens, a localização, no Google Maps, e uma foto da rua Olavo Bilac.