Entre o cume da Ladeira da Borborema, onde fica a Praça Dom Ulrico (antigo Largo da Matriz), e o meio da Ladeira Feliciano Coelho, existe uma rua que ganhou mais prumo a partir da década de 1930. Digo isso, baseado em notícia veiculada na edição de A União de 28 de dezembro de 1930, dando conta do término de um serviço de terraplenagem e, principalmente, recuo dos muros na via. “São notáveis os melhoramentos introduzidos naquela rua, hoje sem dúvida transformada em importante rua pública”, festejava a matéria.
A rua São Mamede (que também é nome de município da Região Metropolitana de Patos, a homenagear santo reverenciado pelas igrejas Católica e Ortodoxa) parece ter sido traçada ao sabor das construções de casas em quintais da rua Nova (a General Osório), num terreno mais amplo, originalmente propriedade dos beneditinos do mosteiro e da Igreja do Calvário. Ainda hoje, são exemplos algumas de suas casas nessa conformidade, no lado leste da via, ou dividindo muro com o conjunto beneditino ou com os de outras edificações da General Osório.
Na extremidade sul, esquina oeste com a Ladeira Feliciano Coelho, a São Mamede é marcada pelo muro traseiro da Casa do Estudante, uma construção que tem frente para a rua da Areia. Quem foi o santo? Nascido em território da atual Turquia, Mamede ficou órfão ainda criança, tendo sido condenado à morte e martirizado pelos romanos em 275 d.C., aos 16 anos de idade. Seu legado perdura, e ele é especialmente venerado em algumas regiões da Europa e no Oriente Médio, onde igrejas e capelas lhe são dedicadas. A sua memória é celebrada em 17 de agosto, pelo catolicismo, e 2 de setembro, pelos ortodoxos. A rua São Mamede, inscrita no perímetro urbano pessoense de tombamento rigoroso, continua local de moradias.
(As fotos, minhas, são atualíssimas. A primeira, a partir da Praça Dom Ulrico; a outra, da Ladeira Feliciano Coelho)