sábado, 7 de setembro de 2024

Ruas (com os homenageados) que articulam as avenidas Rui Carneiro e a Epitácio Pessoa, em Tambaú

10, maio, 2024

Há cinco ruas, em Tambaú, na capital paraibana, que executam, embora com extensões diferentes, a mesma comunicação urbana, ou seja, ligam as avenidas Rui Carneiro e a Epitácio Pessoa (dois dos mais importantes caminhos urbanos pessoenses às praias). São elas, além da própria avenida Tamandaré: a Nossa Senhora dos Navegantes, a Professora Maria Sales, a Infante Dom Henrique, a Silvino Lopes e a Paulino Pinto (esta, bastante engembrada na altura da rua José Augusto Trindade). Outra coincidência, é que todas são encurvadas, seguindo o traçado da orla marítima.

Vejamos quem são os seus patronos. A principal da praia, sobre a qual já falamos em outra postagem, exalta um dos heróis da Guerra do Paraguai, e de outras lutas, nascido Joaquim Marques Lisboa, em São José do Norte (que ficou mais conhecido como Almirante Tamandaré), no Rio Grande do Sul, e é patrono da Marinha. A Nossa Senhora dos Navegantes reverencia uma das denominações de Maria, mãe de Jesus, no caso, na condição de protetora dos mares e das navegações; no sincretismo religioso que resultou no cruzamento de dogmas de fé entre as religiões de origem africana e a católica, Nossa Senhora dos Navegantes é reconhecida como Iemanjá, assim como Nossa Senhora da Conceição.

A professora Maria Sales, cujo nome completo era Maria Laudelina de Sales Santos, nasceu e faleceu em Bananeiras, exercendo o magistério na região do Brejo, segundo informação do saudoso professor Deusdedit Leitão, em seu livro “Ruas de Tambaú”. O Infante Dom Henrique, por sua vez, é figura de relevo na história portuguesa, tendo vivido entre os séculos XIV e XV. Foi fundador da Escola de Sagres, que impulsionou as grandes navegações portuguesas, e comandou o empreendimento militar português que conquistou a cidade marroquina de Ceuta, na África, conforme registra o e-biografia.

Silvino Lopes, por sua vez, foi um jornalista pernambucano, de Itambé, que se mudou para João Pessoa, e, junto com outro conterrâneo, o poeta Edson Regis, participou ativamente da fundação, na década de 1940, do Correio das Artes, editado, até hoje (com algum hiato temporal) por A União. É autor do livro Memórias de um Sargento de Malícias, de perfil crítico e irônico, de acordo com o site Paraíba Criativa. Enfim, o tenente Paulino Pinto de Carvalho, da Força Pública da Paraíba (atualmente, Polícia Militar da Paraíba), que combateu o cangaço, tendo falecido na Batalha da Serra do Surrão, no município de Ingá, ocorrida em junho de 1900, contra o bando de Antônio Silvino.

Após sua morte, foi promovido ao posto de capitão, pelo presidente do Estado, Alfredo da Gama e Melo. Na referida batalha, foram mortos 14 cangaceiros, além de abortado provável ataque a Ingá, segundo informações que constam de matéria especial do jornalista Hilton Gouveia, em A União de 26 de março de 2023. Ficam os registros.

(As fotos são do Google Street Views e mostram, da esquerda para a direita, a avenida Nossa Senhora dos Navegantes em esquinas com a Epitácio Pessoa e com a Rui Carneiro)