A edificação do conjunto carmelita foi uma das primeiras providências tomadas pelos que desembarcaram no Porto do Sanhauá, ainda no Século XVI, para erguer a Cidade Real de Nossa Senhora das Neves. O trabalho foi conduzido todo o tempo pela Ordem dos Carmelitas.
O convento, que depois virou Palácio do Bispo, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, a capela de Santa Tereza de Jesus (ou da Ordem Terceira do Carmo) e a Casa de Oração (que no Século XX virou Instituto Padre Zé), garantiram, nos primeiros séculos o nome de Largo do Carmo, à atual Praça Dom Adauto.
De tal forma a Ordem Carmelita dominou a cena, naquela região da cidade, que a rua em frente, que leva à General Osório e, por consequência, ao conjunto dos Beneditinos e à Catedral, era chamada de Beco do Carmo.
No Século XIX morou na esquina do Beco do Carmo com a Rua Direita, atual Duque de Caxias, o conselheiro do Império Antônio José Henriques, a quem coube a glória de ter seu nome celebrado em substituição ao do Beco do Carmo, que passou a ser rua Conselheiro Henriques (até hoje). Mas também à própria Praça (hoje Dom Adauto), que se chamou por algum tempo de Praça Conselheiro Henriques.
O vídeo que ilustra a matéria é do casario em frente à praça, do lado da Rua Visconde de Pelotas, onde há duas casas já bastante famosas na cidade (a conhecida como Casarão dos Azulejos e a que serviu de sede ao jornal católico A Imprensa, sobre o qual até abordamos neste domingo, 23).
Trata-se de um conjunto de imóveis com telhados, portas, janelas, platibandas, telhas, azulejos e cores fiéis ao desenho original (o que não vale para outras casas na Visconde de Pelotas e na própria praça, infelizmente). As adaptações necessárias não agridem as casas.
É bom encontrar locais onde há predominância de um casario assim revitalizado, a servir de exemplo, como é o caso desse aí, da Praça Dom Adauto.
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