Em 26 de agosto de 1980, a Paraíba viveu uma mudança de ritmo na política de proteção do seu patrimônio. Num mesmo dia, o governo estadual (na época, Tarcísio Burity) assinou uma série de decretos de tombamento, publicados no Diário Oficial do Estado em 5 de setembro, que alcançou prédios simbólicos, espalhados por diferentes áreas da capital e do interior.
O cenário tinha providências anteriores consolidadas. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba-Iphaep, fora criado em 1971 e, em 1978, o Estado editou norma específica para organizar cadastramentos e tombamentos. O efeito do 26 de agosto-05 de setembro foi enorme. A Paraíba passou a contar com um núcleo amplo de bens protegidos, o que melhorou a capacidade de planejamento e de captação de recursos nas décadas seguintes.
Foram tombados a Balaustrada das Trincheiras, dois prédios na Rua da Areia, o prédio do Núcleo de Arte Contemporânea, nas Trincheiras, o da Faculdade de Direito, na Praça João Pessoa, o da Loja Maçônica Branca Dias, na Avenida General Osório, o Casarão dos Azulejos, na Rua Conselheiro Henriques, o do Quartel da Polícia Militar, na Praça Pedro Américo, o coreto da Praça Venâncio Neiva, o do Tribunal de Justiça da Paraíba, na Praça João Pessoa, e o próprio casarão do Iphaep, na Avenida João Machado.
E mais: o prédio do antigo Palácio da Redenção, na Praça João Pessoa, imóveis do Largo de São Frei Pedro Gonçalves, o Parque Arruda Câmara, a Praça da Independência, o Palácio do Bispo, o prédio da Academia Paraibana de Letras, o Lyceu Paraibano, o sobrado do Conselheiro Henriques, na Duque de Caxias, o castelinho da Praça Simeão Leal, o Parque Solon de Lucena, a parte elevada da Praia da Penha, a Fazenda Boi Só e sua capela, e o prédio da Associação Comercial, na rua Maciel Pinheiro. Também foi tombado o prédio da antiga Rádio Tabajara, na Rodrigues de Aquino, cuja decisão, tempos depois, foi revogada.