São deveras preocupantes dados coletados pela Folha de São Paulo, nos quais se destaca que boa parte da população brasileira, incluindo-se jovens menores de 18 anos, gasta quantidade significativa com apostas de futebol, sobretudo nas chamadas Bets. Mais preocupante ainda: o mesmo levantamento assinala que muitos dos apostadores usam parte da renda do Bolsa família para jogar.
Ainda segundo o mesmo jornal, 15% da população brasileira dizem já ter apostado por meio da modalidade online, com um gasto mensal médio por pessoa de R$ 263,00; e o fenômeno já tomou conta do país, sendo entre jovens e homens o percentual maior.
Por tais motivos, neste ano tivemos um recorde em patrocínio das Bets nas camisas dos clubes e as propagandas delas passaram a dominar a grade da TV aberta, principalmente em partidas de futebol. As redes sociais também tiveram uma inundação de anúncios de jogos de apostas.
O governo atual já passou a trabalhar com a regulamentação da mídia e foi aprovada, como falamos em colunas anteriores, uma lei para definir taxação e funcionamento de tais empresas, que deverão se credenciar para atuar no Brasil. Pela nova lei, só poderão patrocinar clubes de futebol ou realizar qualquer tipo de propaganda as que obtiverem autorização do governo.
O preocupante nisso tudo é, sem dúvida, o risco de aumento de casos de vício em jogos; sobretudo no segmento de menores. Apesar da proibição oficial, muitos menores de 18 anos apostam; principalmente pela facilidade para jogar, porque tais jogos podem ser feitos pelo celular e não há um controle efetivo em relação aos que têm menos de 18 anos, uma vez que, na hora da aposta, apenas se pede para a pessoa clicar se já tem, ou não, 18 anos. Evidentemente, quem não tem afirma que sim e aposta.
A situação preocupa, inclusive, profissionais de saúde e deveria ter a atenção constante dos pais, uma vez que, como se sabe, todo vício é pernicioso, perigoso e faz mal à saúde e ao bolso, porque sempre cresce, obrigando pessoas inclusive a comprometer o orçamento familiar, endividando-se para poder alimentá-lo.
Fica o alerta: Vamos orientar os filhos, conscientizando-os do perigo de fazer apostas esportivas indiscriminadas e constantes. Para o bem da família e da sociedade. Punir só por punir não resolve – e nunca resolverá – o problema.