Durante a audiência pública realizada pela Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na quinta-feira (2), para debater o Orçamento Municipal de 2022, o diretor do Hospital Prontovida, Gustavo Rique, defendeu a transformação do equipamento em um hospital de referência no tratamento de doenças do coração. Na oportunidade, ele explicou que a unidade de saúde foi criada, inicialmente, para ser referência no tratamento da Covid-19, mas que com a diminuição dos casos da doença na cidade, 90% dos pacientes do hospital já não são de pessoas acometidas pela enfermidade.
“Doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade no nosso meio, e o atendimento do infarto agudo do miocárdio precisa ser rápido, eficaz e eficiente. Para que isso aconteça, é necessário que o paciente tenha acesso ao tratamento completo nas primeiras 12h dos sintomas. Sabemos que a atenção básica é importante, mas o tratamento do evento em si faz-se necessário em uma unidade hospitalar capaz de atender de forma rápida esse tipo de paciente”, defendeu Gustavo Rique.
De acordo com o diretor do Prontovida, João Pessoa é a única capital do país que não possui esse tipo de equipamento, capaz de oferecer um tratamento rápido, em menos de 90 minutos, a fim de salvar vidas e diminuir as sequelas clínicas, como insuficiência cardíaca. A ideia do hospital referência em tratamento de doenças do coração também é evitar as reinternações hospitalares e diminuir os gastos com o sistema público de saúde, com diminuição no tempo de permanência hospitalar e realização de mais exames.
“O objetivo é criar o Hospital do Coração de João Pessoa, um serviço de referência terciário para tratamento de patologias cardiovasculares, melhorando atendimento aos nossos pacientes e diminuindo a morbimortalidade”, enfatizou o diretor do Prontovida.
O vereador Bruno Farias (Cidadania) defendeu a proposta e pediu a colaboração dos vereadores. “Temos serviços conveniados, mas merecemos ter o Hospital do Coração. Essa apresentação é um apelo para que a Câmara ajude a cidade e o povo, através de emendas impositivas, para que possamos tirar do papel a transformação do Prontovida”, enfatizou. O líder da situação na Casa também salientou que as emendas impositivas sofreram aumento de 46,85%, resultando em mais de R$ 18 milhões, e que metade desse valor precisa ser destinado prioritariamente à área da saúde.
Planejamento da área
A diretora de Planejamento da Saúde Municipal, Joseneida Remígio, respondeu a algumas indagações apresentadas pelos vereadores. Ela informou que o Plano Municipal de Saúde para os próximos quatro anos já foi aprovado. “Aprovamos este plano depois de todo um trabalho feito junto a todos os conselhos representantes de todas as categorias da cidade. Ele foi muito bem elaborado, com um olhar voltado às pessoas com deficiência. O orçamento que nos foi apresentado contempla o que foi planejado”, explicou. Respondendo a um questionamento do vereador Marcos Henriques (PT) sobre o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) dos profissionais da área de Saúde, a diretora garantiu que existe um planejamento para elaboração da peça em comum acordo com a categoria.
Pessoas com deficiência
Representando as pessoas com deficiência, Jaci Guimarães afirmou que essa parcela da população não está sendo atendida em suas necessidades básicas. “É sabido por todos que é lei que a assistência social, no mínimo, garanta as demandas básicas dessas pessoas. Infelizmente, em quatro meses que estou no Município, posso afirmar que os munícipes que recebo não são atendidos com suas necessidades básicas. Nossa maior demanda é com relação à saúde, que é totalmente negligenciada, sendo que há fundos, mas não há remédios”, cobrou Jaci, destacando que é preciso usar o orçamento de maneira adequada e que a Lei Orgânica da Capital faça valer a Lei de Acessibilidade 10.098/2000.