Um dia depois da Câmara Municipal de João Pessoa debater o novo sistema de estacionamento rotativo Zona dos Ipês que começará a ser explorado no início de 2022, o vereador Junio Leandro foi à tribuna da Casa nesta terça-feira, 19, para se posicionar contra a cobrança pelas vagas nas três áreas da capital paraibana (Mangabeira, Centro e Praia). “Num período totalmente inoportuno, pós-pandemia, em que o pessoal está brigando por osso, carne, a gente fala em cobrar para estacionar para ir ao centro consumir numa loja?”. Segundo relatou, há poucos dias em Natal ficou surpreso ao descobrir que o maior shopping da cidade não cobrava pela vaga do estacionamento.
Ele explicou que se o problema é que a falta de rotatividade das vagas impede os comerciantes de venderem mais mercadorias, a solução não seria a cobrança, mas que ela só existisse após determinado tempo: “Pode ser dado um prazo de carência e só cobrar depois dele. Como é que você vai consumir e tem que pagar para parar o carro para poder consumir?”, questionou. Junio também apresentou sua preocupação quanto aos “flanelinhas”, os guardadores de carros: “E o que vai fazer com essas pessoas? Eles têm família”.
O parlamentar ainda criticou o método de trabalho imposto aos motoristas pelas empresas de ônibus da capital paraibana. “Se eu dirigir meu carro, olhar o celular um minuto e for flagrado, sou multado. Mas o motorista carregando 40 famílias, crianças e idosos, descendo uma ladeira, pode dirigir e passar o troco. A sobrecarga mental desses trabalhadores é grande em ter que atentar com o troco e, ao mesmo tempo, dirigir aquela máquina gigante, carregando vidas”, argumentou.
O parlamentar ainda afirmou que gostaria que a cidade tivesse uma empresa pública prestando esse serviço: “A população fica impossibilitada de cobrar do privado. Quando a empresa é pública, há a possibilidade de cobrar do governo”.
Marcos Henriques (PT), lembrando que foi o autor do projeto que isentava clientes de pagarem estacionamento em shopping, comentou: “O momento é de viabilizar os estacionamentos, mas cobrar por isso é algo que não entendo. Muita gente diz que defende o empreendedorismo, quando, na verdade, defende o dono do shopping”, referindo-se aos votos contrários que a proposta recebeu à época.
Fonte: CMJP