A infecção por Papilomavírus humano (HPV) é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer do colo do útero. A prevenção dessa infecção pode ser feita com o uso de preservativos, durante as relações sexuais, por meio da vacina contra o HPV e pelo exame preventivo Papanicolaou.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), buscando o cuidado com a população, sobretudo de forma preventiva, tem alertado pais e responsáveis para a importância da vacinação de crianças e adolescentes. “O HPV é uma doença muitas vezes tratável e principalmente prevenível por meio da vacinação. Importante os pais e responsáveis estarem atentos a caderneta desse grupo, de 9 a 14 anos, para dar início ao esquema vacinal ou concluírem, caso já tenha iniciado, o ciclo de prevenção”, explicou Fernando Virgolino, enfermeiro e chefe da seção de Imunização da Prefeitura de João Pessoa.
Apesar de ser uma doença evitável, tratável e com vacina disponível na rede pública de saúde, o Brasil tem incidência de 16 mil casos por ano, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). O câncer de colo de útero é o quarto tipo mais prevalente no Brasil e no mundo e o terceiro com maior grau de mortalidade no país.
Para a Fundação do Câncer, um dos principais problemas no combate à doença é a baixa adesão à vacina contra HPV.
Imunização – Para evitar a infecção por alguns tipos de HPV mais cancerígenos, o Sistema Único de Saúde oferta a vacina a meninas de 9 a 14 anos, 11 meses e 29 dias e meninos de 11 a 14 anos, 11 meses e 29 dias. O esquema vacinal é de duas doses, sendo a segunda dose seis meses após a primeira. A vacina também é ofertada no erviço de Assistência Especializada e Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA), localizado em prédio anexo à Policlínica Municipal de Jaguaribe, as pessoas que vivem com HIV, na faixa etária de 9 a 26 anos para homens, e mulheres, de 9 a 45 anos.
De acordo com Fernando Virgolino, a vacina é administrada nesta faixa etária por ser a que apresenta maior benefício pela grande produção de anticorpos e por ter sido menos exposta ao vírus por meio de relações sexuais.
Doença – A infecção pelo HPV é muito frequente, mas transitória, regredindo espontaneamente na maioria das vezes. Nos casos em que a infecção persiste, a causa é um tipo viral oncogênico, ou seja, com potencial para causar câncer. O vírus pode ocasionar lesões precursoras que, se não forem identificadas e tratadas, podem progredir para o câncer, principalmente no colo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca.
O HPV é transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. A vacina confere proteção contra quatro subtipos do vírus HPV (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia para quem segue corretamente o esquema vacinal.
“A vacinação é uma forma de proteger a criança e o adolescente dos riscos causados pelo vírus, antes mesmo do início da vida sexual, ou seja, antes do contato com o vírus. Para isso, precisamos do apoio dos pais e responsáveis para que levem seus filhos até as salas de vacinação e, dessa forma, contribuam para fechar o ciclo de circulação do vírus e reduzir a incidência do HPV”, concluiu Fernando Virgolino.
O uso do preservativo (camisinha) masculino ou feminino nas relações sexuais é outra importante forma de prevenção do HPV. Contudo, seu uso, apesar de prevenir a maioria das infecções sexualmente transmissíveis, não impede totalmente a infecção pelo HPV, pois, frequentemente as lesões estão presentes em áreas não protegidas pela camisinha (vulva, região pubiana, perineal ou bolsa escrotal). A camisinha feminina, que cobre também a vulva, evita mais eficazmente o contágio se utilizada desde o início da relação sexual.
Serviço – Na Capital, a vacina está disponível em todas as salas de vacinação localizadas nas Unidades de Saúde da Família (USF), nas Policlínicas Municipais e no Centro Municipal de Imunização. Para ser vacinado, basta ir a um dos locais de vacinação com a caderneta de vacinação, documento de identidade e cartão SUS. A SMS também oferta os exames preventivos, o Papanicolau ou citopatológico, que detecta as lesões precursoras do câncer.
Fonte: SECOM/JP
Foto: SECOM/JP