A Prefeitura de João Pessoa oferece tratamento para as pessoas com hanseníase nas Unidades de Saúde da Família (USF). O atendimento disponibilizado inclui também o exame clínico para diagnóstico da doença e o acompanhamento com a equipe de saúde. Em 2021, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) registrou 72 novos casos de hanseníase na Capital.
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, transmitida através de vias aéreas, que tem como principais sintomas manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou acastanhadas pouco visíveis na pele, além de alteração da sensibilidade no local, podendo acontecer rarefação de pelos e até ausência de transpiração. Porém, a doença tem cura e tratamento acessível.
De acordo com a coordenadora da área técnica de Prevenção à Tuberculose e Hanseníase da SMS, Eveline Vilar, para ter acesso ao tratamento, o usuário deve procurar sua USF de referência. “Ele será avaliado por um profissional médico e, se necessário, será dado início ao tratamento, que é gratuito, realizado na própria unidade e com 100% de cura”, afirmou Eveline.
Em casos mais graves, se a equipe da USF considerar necessário, o usuário pode ser encaminhado para os hospitais de referência para o tratamento da doença que é o Hospital Clementino Fraga, da rede estadual de saúde, e Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW).
Segundo a médica dermatologista, Daniele Souza, que atua na rede municipal de saúde, a hanseníase é transmitida principalmente pelo contato contínuo. “Essa transmissão acontece no dia a dia por meio de gotículas e saliva, seja no domicílio ou até mesmo no ambiente de trabalho. Porém como é uma doença indolor, o paciente pode passar anos sem saber o que tem. O bacilo causador da doença ataca a pele e os nervos, provocando a perda da sensibilidade nas regiões afetadas da pele, nas mãos, pés e extremidades, então alguns pacientes podem se machucar, porque não sentem”, explicou a dermatologista.
A médica destaca a importância do tratamento não só para os pacientes, mas também para a prevenção de outras pessoas, pois a partir a primeira dose do medicamento, o paciente não transmite mais a doença, interrompendo, assim, o ciclo de transmissão. “Então se a pessoa perceber o aparecimento de manchas, é importante procurar um serviço de saúde, de preferência a sua unidade de referência, para iniciar o tratamento o mais rápido possível, se for necessário”, ressaltou Daniele Souza. O tratamento tem duração média de 6 a 12 meses, dependendo do caso.
Dados – O Boletim Epidemiológico da Hanseníase 2022, do Ministério da Saúde, aponta que o Brasil ocupa o segundo lugar entre os países com o maior número de casos de hanseníase no mundo, ficando atrás apenas da Índia. De acordo com o boletim, em 2020, foram notificados 17.979 novos casos da doença no Brasil.
Em João Pessoa, dados da Secretaria Municipal de Saúde mostram que, em 2020, foram registrados 68 novos casos de hanseníase em residentes na Capital. Já em 2021, foram 72 novos casos.
Fonte: SECOM/JP
Foto: SECOM/JP